Caracas, 6 de outubro de 2006 No ano de 1998, cansados da corrupção e dos maus governos, os venezuelanos decidiram castigar os partidos tradicionais votando em Hugo Chávez. Porém, em lugar de resolver os problemas nacionais, Chávez utilizou a Presidência para acabar com as liberdades, seqüestrar os poderes públicos, perseguir ferozmente seus opositores e, o que é mais triste, promover em toda a América um modelo castro-comunista, contrário à identidade do povo venezuelano. Escrevo-lhes, cheio de uma grande preocupação porque vocês poderiam cometer o mesmo erro com o candidato Rafael Correa. Asseguro-lhes que Correa não representa o interesse dos equatorianos, senão o de uma organização criada por Fidel Castro, denominada Foro de São Paulo, e à qual pertencem Hugo Chávez, Evo Morales e as FARC colombianas. Se Correa ganhar as eleições, o Equador deixará de ser um país livre e soberano. Agentes cubanos e venezuelanos tomarão o controle das instituições, como já está ocorrendo na Bolívia. Correa acabará com a democracia e imporá uma ditadura totalitária, utilizando como ferramenta a convocatória a uma Assembléia Constituinte. O mecanismo funciona da seguinte maneira: primeiro, a Constituinte se declara “originária” e “plenipotenciária”. Depois, dissolve os poderes legitimamente constituídos, como o Congresso e a Corte Suprema de Justiça. Em seguida, a Constituinte os troca por novos funcionários, submissos ao Poder Executivo. E, finalmente, toma o controle do organismo eleitoral, para cometer fraude e reeleger o Presidente indefinidamente. Este perverso livrinho (a Constituição) – escrito em Cuba e financiado com abundantes petrodólares venezuelanos – foi aplicado na Venezuela em 1999 e está atualmente desenvolvendo-se na Bolívia. Afortunadamente, vocês ainda estão em tempo de impedi-lo. Faço-lhes estes assinalamentos, apesar de ser estrangeiro, porque considero um dever de consciência evitar-lhes a triste experiência que temos vivido na Venezuela. Não cometam o mesmo erro! Não votem baseando-se no castigo! Porque depois lamentarão profundamente seu equívoco, como nos ocorre a nós. Despeço-me, desejando-lhes o melhor dos êxitos em seu futuro próximo e enviando-lhes meus mais sinceros sentimentos de apreço e solidariedade. Nota do Editor: Alejandro Peña Esclusa é Presidente da associação civil Fuerza Solidaria (www.fuerzasolidaria.org). Tradução: Graça Salgueiro.
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