Hábito corriqueiro para muitos, coçar os olhos não é nada inofensivo. Quando associado a uma doença chamada ceratocone pode conduzir à perda considerável da visão. Coçar os olhos é um hábito para muitas pessoas. Estar com sono ou simplesmente cansado são algumas das razões que fazem muitos levarem as mãos aos olhos rotineiramente, quase sem perceber. Mas o que poucos sabem é que fazê-lo repetidas vezes pode ser sinal de distúrbios, podendo levar a um comprometimento da visão próxima à cegueira. "A coceira tende a aumentar em épocas do ano que tenham mais poeira no ar ou outros alérgenos - como pólen. Geralmente o prurido (coceira) é sintoma de patologias corriqueiras, como conjuntivites infecciosas ou alérgicas. Mas, o ato de coçar pode causar lesões traumáticas na córnea e elevar a pressão intra-ocular momentaneamente, o que se torna muito perigoso para pacientes que tenham glaucoma avançado", afirma o oftalmologista Daniel Moon Lee. Além disso, quando o indivíduo é portador de uma doença chamada ceratocone, o hábito de coçar os olhos pode agravá-la sensivelmente, colocando em risco boa parte da visão e conseqüentemente a qualidade de vida. "A doença caracteriza-se por uma deformação na córnea e normalmente conduz à miopia ou ao astigmatismo. Atinge 3 a cada mil pessoas e tem forte ligação ao histórico familiar, manifestando-se na adolescência ou no início da fase adulta. Pacientes alérgicos - que coçam os olhos e outras partes do corpo - têm mais chances de desenvolvê-la, assim como portadores da síndrome de Down", descreve o especialista. Tratamento - Dr. Daniel Lee ressalta que em nenhuma situação é recomendável coçar os olhos. Se o prurido estiver evidente, é necessário procurar um médico. Em casos mais simples, são recomendados colírios específicos. O uso de compressas de água gelada também pode resolver o incômodo. Já o tratamento do ceratocone inicia-se com o uso de óculos normais que corrijam o grau do paciente. Com a evolução da doença, é recomendado o uso de lentes de contato rígidas, que vão regularizar a superfície corneana e permitir uma boa visão. Se a doença evoluir e a visão permanecer ruim, o médico pode optar por cirurgias ou até pelo transplante de córnea.
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