Se é que a metodologia das pesquisas se acha teoricamente correta, capacitada para dar uma amostra representativa da realidade, há algo de completamente errado nos seus resultados, como todo mundo viu pelo que aconteceu no primeiro turno das eleições. E parece que vai se repetir no segundo turno. Pelo simples fato de que os resultados da primeira pesquisa, feita após o primeiro debate do segundo turno, é um contra-senso incompatível com o senso comum de quantos assistiram a esse programa. A prova mais evidente disso foram as insuspeitas reações de D. Marta e do senador Suplicy, a primeira enjoada com o debate, o segundo se omitindo em dizer claramente o que pensava. Ora, se a opinião geral é que Alckmin se mostrou o melhor, como essa mesma opinião pode ter optado por aumentar sua preferência pelo pior? Seria preciso acreditar que os entrevistados, de um modo geral, preferem o pior. Ou que os brasileiros bonzinhos, entrevistados, quiseram dar um prêmio de consolação ao pior? Ou quiseram mantê-lo naquele engano d’alma, ledo e cego, que a Fortuna (leia-se: as urnas) não deixam durar muito? Há uma terceira hipótese. É a de que a maioria dos entrevistadores possa estar montando um novo equívoco, tipo dossiê Vedoin, na esperança de que isso possa beneficiar o PT e eleger seu messias. Ou que - quarta hipótese - se isto não acontece, que entrevistaram pessoas no lugar e na hora errados, falsificando involuntariamente a representatividade da amostra. Ninguém mais do que os dirigentes dessas pesquisas devem ter ficado encafifados com a nulidade das pesquisas no primeiro turno. Parece que não fizeram nada, entretanto, para melhorar seu instrumento e/ou a sua aplicação. As alegações que apresentaram na ocasião não convenceram ninguém, a partir deles próprios. Satisfeitos com os resultados da pesquisa após o debate só ficou o saldo de próceres petistas que restou após todas as maracutaias praticadas e o próprio Lula, qual Inês posta em sossego. Vem outra enxurrada de debates por aí. É provável que mudem de tom, de estilo e de resultado. A acreditar nas pesquisas subseqüentes, com 4% para mais ou para menos, pode-se desde já proclamar Lula vencedor das pesquisas eleitorais brasileiras e dar-se posse à Alckmin como o vencedor das eleições.
|