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Opinião
28/10/2006 - 18h05
Diferenciando fato de fantasia
Walter Toledo Silva
 

Desde 1988, a Constituição Federal concede ao adolescente, entre 16 e 17 anos, o direito de eleger o seu representante nas esferas do poder, por meio das eleições diretas. Para esse jovem cidadão, bem como para os analfabetos e os maiores de 70 anos, exercer esse ato de cidadania é facultativo, como estabelece o artigo 14, parágrafo primeiro, da Carta Magna.

Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral, dos mais de 125,9 milhões de eleitores brasileiros, 3.089.762 pertencem à faixa etária de 16 e 17 anos - um crescimento de 39% desde 2002. Esse eleitorado juvenil, desde que cadastrado eleitoralmente, poderá, neste segundo turno, mais uma vez, exercer o direito de optar pelo candidato que julgue mais preparado para tratar várias questões urgentes da população. Uma delas é a violência, um problema do qual o mesmo jovem muitas vezes é o protagonista, seja como infrator ou vítima. Os ataques do crime organizado em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, têm sido utilizados na reta final da campanha presidencial. A questão é: esses jovens, indivíduos em plena fase de formação de seus valores e, não raro, sem qualquer formação, estão capacitados para entender os discursos proferidos sobre o tema e avaliar o caminho mais apropriado?

A resposta está no acesso à Educação, que, nesse momento, mais do que nunca, passa a ser a ferramenta fundamental para capacitar esse adolescente a exercer seus direitos civis e políticos. É no ambiente escolar adequado que esse indivíduo vai adquirir a base para a construção da sua visão política, decifrar e experimentar o significado de senso de justiça, de lealdade, de honra e de dever cívico. É através da educação, um direito básico, como prescreve o artigo 205 da Constituição Federal, que esses jovens poderão absorver o conhecimento necessário para discernir o que é fato ou fantasia nas entrelinhas de um discurso político.

O acesso à educação traz inúmeros benefícios à vida das pessoas e a comunidade que as cerca. Torna mais aguçada a habilidade para se decifrar os processos políticos e sociais. Permite a constante prática do exercício intelectual, com a troca e a discussão de opiniões, imprescindível para a formação e consolidação da própria identidade. Concede ainda ao indivíduo o desenvolvimento de seus valores enquanto ser produtivo e atuante na comunidade em que vive. Possibilita também ao público juvenil a abertura de seus horizontes, de forma a romper as barreiras que limitam a sua condição social. Promove um melhor preparo desse cidadão, inclusive, para avaliar alternativas de questões tão polêmicas, como a atuação de facções criminosas.

Para que esses benefícios alcancem um maior número de jovens cidadãos, os órgãos governamentais e todos os segmentos da sociedade precisam "arregaçar as mangas" e juntos desenvolvam um árduo trabalho para a evolução do processo educacional.

A escola precisa mudar para seduzir o aluno. É imprescindível que o docente fale a linguagem desse jovem para entender o contexto em que ele vive. Além de investimentos em material humano e o aprimoramento da metodologia de ensino, é fundamental que as instituições remodelem a sua arquitetura escolar. Pode começar com medidas simples, reorganizando mesas e cadeiras em sala de aula, no sentido de aproximar mais aluno do professor. Afinal, a organização do mobiliário em fileiras e a figura do professor à frente na sala de aula têm mais de 500 anos, desde a época do filósofo Thomas de Aquino.

Se quisermos jovens mais conscientes e comprometidos com o futuro político, precisamos começar a fazer deles companheiros, ajudantes, participantes - ou outro nome que se queira dar - para que percebam seu potencial e sua importância na sociedade.


Nota do Editor: Walter Toledo Silva é presidente-fundador do grupo Cel Lep, ex-Presidente do SIEEESP e ex-Diretor Geral do Ensino Industrial da Secretaria da Educação de São Paulo.

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