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Opinião
01/11/2006 - 05h26
Pulga atrás da orelha
Percival Puggina - MSM
 

Quais os momentos mais importantes de uma campanha presidencial? Obviamente são os debates em emissoras de tevê. Quais os debates mais importantes? Obviamente são os da Globo. Qual o debate mais importante da Globo? Obviamente é o debate do segundo turno. Quais os momentos mais importantes do debate da Globo no segundo turno? Obviamente são os momentos em que cada candidato formula as próprias perguntas ao opositor.

Talvez convenha esclarecer melhor esse ponto. Quando as indagações são feitas por pessoas do público, ou por jornalistas ou pela produção do evento, quem responde não tem total controle da situação. Mas quando lhe cabe perguntar, lhe é dada a oportunidade de atacar e explorar os pontos fracos do adversário. Estabelecem-se nessas ocasiões, portanto, os momentos mais tensos, nos quais o contraditório se torna mais revelador.

No debate final da tevê Globo, sexta-feira, foi prevista uma e somente uma pergunta direta de candidato a candidato. Ali estaria o momento agudo da refrega. Já participei de inúmeras reuniões preparatórias para debates entre candidatos. São encontros exaustivos, envolvendo o pessoal de marketing, da imprensa, cientistas políticos e pessoas experientes, nos quais se busca antecipar as indagações e antever possíveis réplicas e tréplicas. Com zelo especial, selecionam-se as perguntas que o candidato fará ao adversário, buscando evidenciar debilidades e contradições. Por isso, sei do que falo quando afirmo que a equipe de Lula, ciente que somente poderia fazer uma indagação a Alckmin, certamente optou pela que lhe pareceu mais produtiva dentre todas as inúmeras possibilidades disponíveis. E qual foi o tema escolhido? Segurança pública, visando uma réplica sobre as ações terroristas comandadas pelo PCC em São Paulo.

O leitor, por certo, está lembrado daqueles episódios. De repente, sem quê nem porquê, em maio deste ano, líderes do PCC, desde a cadeia, determinaram um conjunto de ações criminosas (incêndios, ataques a delegacias, queima de ônibus etc.). Essas ações, que não tinham antecedentes nem objetivos, só produziram pânico entre a população e, para seus autores, danos fatais. Somente entre os bandidos, houve mais de uma centena de mortos. Ora, toda ação criminosa envolve um cálculo de riscos, perdas e ganhos. Naquele caso, para os autores, só havia risco, certeza de baixas e nenhum proveito. Pode?

Por isso, ao ver Lula considerar os ataques terroristas do PCC em São Paulo como o tema de debate mais proveitoso para si, confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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