Venho através desta, comunicar minha decisão de sair do Conselho Gestor da Unidade Mista de Saúde da Maranduba.

Quando aceitei fazer parte deste conselho, pensei que o objetivo fosse de fiscalizar as denúncias e dar sugestões para melhorar o funcionamento do Posto de Saúde. Mas, já há várias reuniões que aponto problemas e não obtenho respostas satisfatórias para passar às pessoas que me elegeram. Até algumas conquistas que tínhamos conseguido, estão em situação precária, como: coleta de exame, eletrocardiograma, atendimento 24 horas e vai por aí afora.

Eu sei de todas as dificuldades financeiras que o país enfrenta. Mas, aí é que está a diferença de termos um Conselho. Não devíamos deixar que as nossas conquistas se perdessem. Temos de aprimorar o que já conquistamos e fazer funcionar o mínimo necessário para um bom atendimento. Temos de investir mais na prevenção, pois acho que é muito mais fácil prevenir do que curar, que sempre fica mais caro. Faltam informações e orientações aos funcionários para que façam um bom atendimento e para não ficarem perdidos em algumas situações, o que acaba estressando pacientes e funcionários.

Então, já que os meus objetivos não estão de acordo com os de alguns membros deste conselho, principalmente com os do Dr. Érico, me desligo, pois não sei trabalhar com cartas marcadas. Falo o que sinto, doa a quem doer. Sei que não sou dona da verdade mas, procuro usar a sinceridade em tudo o que faço. Pago um preço muito alto por pensar e agir assim, mas, o que me importa é estar em paz com Deus e comigo mesma.

Não estou atrás de cargos, de conchavos. Não quero ser política. Meu único interesse é a melhora da saúde de meu bairro e de meu município.

Peço desculpas por ter usado a sala de reuniões e de ter pedido a Maria Cruz que avisasse os conselheiros e os responsáveis da Saúde sobre a reunião, através da internet, uma vez que não consegui os contatos por telefone, principalmente com o conselheiro Maurício. Nós precisávamos que ele nos auxiliasse em muitas dúvidas. Esta minha atitude de pedir favor a uma pessoa que não pertence ao Conselho foi mal interpretada por algumas pessoas e até pelo nosso presidente. Nesta reunião eu gostaria que, juntos, encontrássemos uma maneira de resolver questões que envolvem funcionários, conselheiros e nós mesmos, conselheiros. Mas, fui mal interpretada, a ponto do Dr. Érico dizer, na reunião seguinte que "probleminhas e fofoquinhas" não deviam ser levados em conta. Mas, eu sei que estes problemas e fofocas, como ele diz, estão levando o nome do Posto de Saúde e de todos os envolvidos diretos e indiretos para o ralo.

Sei que não tenho competência para pressionar e questionar serviços médicos, mas tenho de fiscalizar e verificar o fundamento de algumas denúncias. Até porque, por um erro médico, fiquei durante onze meses com abdome aberto, com um diagnóstico de câncer. Na realidade, todo o problema foi uma cirurgia malfeita, onde o cirurgião deixou pedaços de linha dentro de mim e infeccionou.

Lamento a ausência dos representantes da Saúde, em nível de Secretaria, no dia 29 de setembro de 2006, na reunião do Conselho, que nem ata teve. Na realidade, são muitas reuniões e poucas ações. Neste dia pude observar o abuso de poder do presidente, Dr. Érico. Ele chegou agora, não está dentro da nossa realidade da saúde em Ubatuba. Tenta tampar o sol com a peneira, e joga algumas situações em cima de algumas pessoas quando não consegue explicar o que está acontecendo. E nós que já sentimos na pele o que é saúde, pelos seus, em Ubatuba, queremos soluções e não teorias. Pois na prática a saúde é muito diferente de discursos encomendados. Dr. Érico não têm capacidade, serenidade nem equilíbrio psicológico para dirigir uma reunião da saúde. Ele está afastando as pessoas que querem ajudar, pois está transformando as reuniões em lágrimas e brigas que não tem necessidade, pela falta de equilíbrio.

Ubatuba, 20/10/2006

Maria do Carmo C. S. Comede