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Opinião
07/11/2006 - 12h09
Voltemos à leitura de Maquiavel
Milton Coelho da Graça
 

Maquiavel oferecia aos vencedores de guerras três possibilidades de como tratar os vencidos (de acordo com minha carioca, contemporânea e jornalística interpretação do texto de "O Príncipe"):

1. destruir tudo, arruiná-los, acabar com a raça deles;

2. ocupar o território, substituir seus deuses e leis, mas, diante de um chopinho e ouvindo chorinho, na maior harmonia, impor a cada vencido o que terá de fazer;

3. permitir um governo autônomo (mas resignados, como o presidente do Afeganistão ou a Fiesp), com licença para cuidar de seus interesses mais diretos. A única exigência: aceitação e cumprimento das leis dos vencedores.

Os ingleses, com a vitória na batalha de Culloden, acabaram definitivamente com a pretensão dos escoceses à independência e, seguindo a possibilidade mais recomendada ao Príncipe por Maquiavel, mataram tudo o que se mexia no meio e no entorno do campo de batalha: feridos, crianças, cachorros, cabritos, tudo. Muitos anos depois, a Escócia afogou suas justas mágoas com o melhor uísque possível e aceitou fazer parte do Reino Unido, caindo na real da terceira hipótese. O sonho da independência ficou só por conta do 007 Sean Connery e seus companheiros ultra-nacionalistas.

Bush, após dominar os iraquianos, sonha e fala sobre a terceira hipótese, mas vai mesmo executando a segunda no Iraque. Enquanto tem dúvidas sobre o que fazer, já matou 650 mil, o que tem jeitinho de primeira.

Bornhausen defendeu explicitamente a primeira, "se" a alternativa Alckmin desse certo. Felizmente não deu.

Lula, de volta à versão Lulalá, chama todo mundo para conversar. Dizem que está se preparando para esses papos, conhecendo o pensamento de Maquiavel através de Marco Aurélio Garcia. E se ele resolver tratar a imprensa - patrões e jornalistas -, segundo o receituário do florentino?

O diálogo entre aquele delegado federal e os repórteres de Veja é uma peça para reflexão.


Nota do Editor: Milton Coelho da Graça, 75, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.

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