Como adotar uma dieta rica em proteínas para os filhos
Várias famílias adotam a alimentação vegetariana em todo o mundo - por questões ligadas à saúde, religião ou outros princípios -, mas quando têm filhos, surge a grande dúvida: crianças podem ser vegetarianas? Embora muito discutido no meio médico, não existem grandes contestações de que a dieta vegetariana seja prejudicial em qualquer idade. O fato é que é possível oferecer ao ser humano todos os nutrientes necessários a partir de dietas ausentes ou não de carnes. O que mais preocupa os pais é oferecer para a criança e o adolescente a quantidade ideal de proteínas - já que em fase de crescimento, as necessidades são maiores do que na fase adulta. O ser humano deve ingerir proteínas por duas razões: porque a proteína é a única fonte de aminoácidos e é fonte de nitrogênio para sintetizá-los. A regra que deve ser estabelecida nos cardápios é a da diversificação. As mães que optam por não oferecer carne aos filhos, podem ficar tranqüilas quanto à qualidade das proteínas que estão ingerindo, pois todas as proteínas vegetais e animais possuem aproximadamente os mesmos 20 aminoácidos. Só devem manter o cardápio variado e criativo, para que as crianças não enjoem dos alimentos e acabem sendo "conquistadas" por sanduíches e guloseimas. Segundo o presidente da Abran - Associação Brasileira de Nutrologia, Dr. Durval Ribas Filho, "o vegetarianismo puro, aquele em que não se consome nem ovos, nem leite é o mais difícil, pois a criança sentirá falta do cálcio e também da vitamina B12". Nestes casos, o ideal é que, além da preocupação com as proteínas, haja o monitoramento médico, para saber até que ponto é necessária a complementação. "Hoje já existem produtos à base de proteína de soja com adição de cálcio, o que é uma grande invenção e atende às necessidades da criança", complementa Ribas Filho. De acordo com a divulgação da American Dietetic Association (ADA), vários estudos indicam que vegetarianos costumam apresentar taxas de morbidade e mortalidade inferiores aos não-vegetarianos, no caso de várias doenças degenerativas crônicas. E ainda, ressaltam que dados científicos indicam relações positivas entre a dieta vegetariana e a redução do risco de várias doenças, como obesidade, doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes e alguns tipos de câncer. E são esses os fatores que mais levam famílias a adotarem o vegetarianismo como estilo de vida. Sem riscos para a saúde - estudos com vegetarianos também indicam que não há grandes problemas de deficiência de ferro, em relação aos consumidores de carne -, o que resta às mães vegetarianas é dedicar-se à pesquisa, nas prateleiras dos supermercados e nas dezenas de livros com receitas vegetarianas. Hambúrguer, salsicha, nuggets: o que a criançada mais gosta Em breve, nos supermercados brasileiros será possível encontrar estes produtos e outros com uma nova tecnologia, que traz o sabor natural e a textura da carne aliados aos benefícios da proteína de soja. A tecnologia - chamada SoleCina - permite a fabricação de alimentos vegetarianos, naturalmente sem gordura e colesterol, com redução de calorias. O que não pode faltar na mesa da criança vegetariana · carne de soja (proteína texturizada de soja); · peixe e aves (se a família não for vegan (1) - o vegetariano puro); · queijos e ovos (somente para as famílias ovo-lacto-vegetarianas (2) - não para vegans); · legumes e verduras, principalmente as verde-escuras, que são ricas em ferro; · massas e pães integrais; · bebidas líquidas e em pó à base de proteína de soja (nas versões original, com sabor de frutas e com suco adicionado); · iogurtes convencionais, iogurtes de soja e cereais; · frutas; · barras de cereais e de proteínas; · pratos prontos vegetarianos. (1) vegan - termo americano que designa o indivíduo vegetariano puro, que não consome carnes, aves, peixes, leites de origem animal e ovos. (2) ovo-lacto-vegetariano - indivíduo que não consome carnes, aves ou peixes, mas usa leites e ovos na alimentação.
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