12/09/2025  06h35
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
08/11/2006 - 17h14
A prudentíssima
Percival Puggina - MSM
 

Não temos tido muita sorte com primeiras-damas. Dª Rosane Collor lembrava aquelas peças decorativas que a gente muda de lugar uma porção de vezes até perceber que ela não consegue decorar nada e põe no armário da garagem. Itamar nos deixou sem madrinha. Entrou solito e saiu avulso, pois é do tipo que faz as moças perderem tempo; quem arrastou a asa para aquele lado virou titia.

Fernando Henrique e sua patroa deram a impressão inicial de que iriam melhorar bem o escore palaciano. Não chegavam a ser um Casal 20, mas tudo indicava que com um pouco de boa vontade alcançariam uns 15 ou 16. A primeira-dama tinha jeito sério, dedicada atuação social, formação acadêmica e idéias próprias. E foi exatamente aí que começaram os problemas porque, de repente, Dª Ruth passou a usar essas idéias para fazer frases. Quando a sociedade combatia as drogas ela defendia a legalização da maconha. Quando o Papa estava para chegar ela menosprezava sua influência. Quando lhe perguntavam sobre aborto ela se saía com o mantra de que "a mulher é dona do próprio corpo", como se o feto fosse um quisto ou uma secreção fisiológica. Ou como se a propriedade de um bem (terra, prédio, empresa) assegurasse ao titular o direito de fazer qualquer coisa com o que lhe pertença. Suas frases de efeito tinham sempre efeito contrário. Era mais ou menos o que fazia a Magda (aquela, do "cala a boca, Magda!"), mas a Magda era engraçada, ao passo que Dª Ruth acabava parecendo um Serjão de tailleur.

Dona Marisa Letícia é um caso à parte. Não fala, não escreve e não faz coisa alguma, com visível prazer. A vida lhe deu uma bela limonada e ela prefere que seja com água Perrier. Seu marido é um partidão (essa foi bem sacada!) e madame sabe que é assim. Botou uma estrela no jardim, outra no peito e não sai de perto. Aliás, a maior dificuldade de fotógrafos e cinegrafistas é conseguir uma imagem do presidente sem que a patroa apareça junto. É uma mulher que conhece o seu lugar. E o ocupa por inteiro. Os guarda-costas guardam as costas e ela o lado direito. Toma conta do marido, no que está certa, mas privatizou o presidente, o que já uma demasia, até para uma mulher prudente. Tão prudente que, por via das dúvidas, enquanto o marido preside o Brasil, pediu e conseguiu cidadania italiana. Se é que me entendem.


Nota do Editor: Percival Puggina é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.