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Opinião
08/11/2006 - 14h14
Nas asas do descaso
Eleno Mendonça
 

Foi preciso cair um avião, morrer 154 pessoas para se aflorar um problema tão grave quanto esse dos controladores de vôo. Não que esteja acusando os controladores de imperícia nem os colocando no banco dos réus neste caso, até porque ainda acho que as evidências são todas contra a tripulação do Legacy. Mas isso tudo cabe à Justiça decidir. O que digo é que a partir do acidente, a partir do fato de os controladores envolvidos serem convocados se desencadeou todo esse processo. De repente a população se viu no meio de uma briga que é de segurança nacional, é trabalhista, envolve um serviço essencial e todo mundo tende, claro, a ficar do lado dos controladores.

Domingo vi no Fantástico. No Brasil um controlador ganha dois mil reais, nos EUA oito mil dólares. No Brasil são 2.700, lá são 14 mil. Li também que apenas 3% falam inglês. A maioria enrola, usa os termos técnicos e se vira até que haja uma situação de emergência. Daí, como não dá para fazer mímica, é rezar para não acontecer nada de mais grave. Também falei esses dias com alguém da Infraero que em off me disse que os equipamentos não são renovados como deveria.

Há ainda um relatório da Aeronáutica de 2001. Nesse tempo havia 2.450 controladores e o relatório alertava para a necessidade de contratar e treinar pelo menos outro tanto, caso o Brasil quisesse ficar dentro dos padrões de segurança. Ninguém ligou, hoje são 2.700 e vivemos esse caos. E não me venham com a história de que quem voa é minoria. É mas é preciso haver um esforço para que o benefício e não o luxo seja utilizado por todos.

Outra coisa que me deixa louco da vida. Todos os dias os pilotos deveriam relatar o que acontecia nos vôos às suas empresas. Mas, é preciso que se diga, as empresas não gostam de chatear as autoridades da Defesa nem da Aeronáutica, pois temem represálias na hora da concessão de novas rotas. Tanto assim que todas elas têm em seus quadros militares da reserva, de altas patentes, para reforçar seus lobbies. São portanto igualmente responsáveis por essa condição em que se encontra o setor.

Cabe ao governo, às autoridades e à imprensa vasculhar tudo sobre esse assunto. Afinal de contas, é muito triste ficar no aeroporto esperando por alguém que não chega. O pior é que muitas vezes nunca vai chegar.


Nota do Editor: Eleno Mendonca também assina uma coluna no site MegaBrasil, é diretor de Comunicação da DPZ e âncora da Rádio Bandnews. Ele passou pelo Estado de S. Paulo, onde ocupou cargos como o de chefe de Reportagem e editor da Economia, secretário de Redação, editor-executivo e editor-chefe, Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.

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