Li os dois artigos dos senhores Beto Segantini e Carlos Rizzo, e cheguei à
seguinte conclusão:

No meu ponto de vista, o Padre Anchieta, veio a serviço da coroa portuguesa, e logicamente dos colonizadores invasores. Por outro lado, não posso negar que se não houvesse a colonização, provavelmente eu não existiria porque sou descendente de um português branco e uma índia. Tenho muita admiração pelo Padre Anchieta, e apesar dele agir conforme a ideologia da igreja na época, pelo pouco que sei, foi um homem simples e corajoso.

Acho que a discussão levantada foge do problema principal mencionada no artigo "O Anchieta sumiu! Chama o Cunhambebe". Anchieta continua merecendo ser homenageado com uma escultura, assim como o Cacique Cunhambebe, e também um representante Negro. Porém nada mais justo e criativo do que promover um concurso entre os artistas da Cidade, que nunca são lembrados nessas ocasiões.

Logo que o diretor-presidente da Fundação de Arte e Cultura tomou posse, entrei com um projeto de mosaico (modéstia à parte, super bem feito, viável e barato), que seria um embrião de outros projetos que teriam como objetivo embelezar toda a cidade com mosaicos, contando a história de Ubatuba, mas foi rejeitado pelo Grupo Setorial de Artes Plásticas pelo motivo "falta de verbas". Por este motivo sei que não foi, porque o gasto para começar seria mínimo, pois seria um projeto a médio e longo prazo, permitindo nesse tempo conseguirmos até um patrocínio, com a participação de vários artistas e da população local (inclusive pessoas carentes).

Isso sem contar também os benefícios que traria ao turismo local, uma vez que os mosaicos não perdem sua cor nos dias chuvosos, muito pelo contrário.

Bom, mas problemas pessoais à parte, seria ótimo, em vez de ficar encomendando estátuas pré-fabricadas em outras cidades (por exemplo Pescador - Trevo) nossos representantes políticos começarem a dar mais valor aos artistas da cidade.

Jussara C. Guimarães
Artista plástica (moradora e eleitora na cidade há 15 anos)
jussinha@gmail.com