Lula conclamou o povo a não usar cartão de crédito. Tarefa difícil. Não usar cartão de crédito é possível para quem tem dinheiro. Quem não dispõe do vil metal sonante precisa dar um jeito de comer, vestir-se e até cultivar detestáveis hábitos burgueses, como tomar cervejas com os amigos. Para isso serve o cartão, para esticar o salário, quase sempre curto. É fácil falar, difícil é fazer. Por quê o presidente não cria os dez milhões de empregos que prometeu? Provavelmente porque não dá. Também não dá para viver sem cartão de crédito. Ele poderia experimentar. O primeiro passo seria doar as polpudas aposentadorias que recebe para o Fome Zero e depois tentar viver do trabalho de torneiro-mecânico. Caso conseguisse emprego, coisa difícil devido à idade, ele saberia como é a vida regida pela prática neoliberal. Duríssima! Precisamos de um governo sério, que mude as coisas e deixe de pagar juros para o capital improdutivo. Lembro-me de um barbudo que falava isso. Onde andará?
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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