Fortes boatos apontam que o prefeito Eduardo César já escolheu o novo presidente da Fundart. O PMDB, através do ex-prefeito Pedro Paulo seria o sucessor do PT, e de Martiniano Vianna, que hoje comanda a instituição. São boatos e não quero falar sobre isso. Quero falar de uma mudança necessária, que não tem a ver com o gerenciamento da Fundart. Tem a ver com a sua função dentro da sociedade. E é preciso discutir o assunto seriamente, sem paixões políticas, e com transparência. Primeiro, é preciso dizer que ela presta serviços relevantes na formação de músicos, bailarinas, artistas plásticos e artesãos. Seus cursos são concorridos e a população se beneficia com mensalidades acessíveis a qualquer um. Além disso, tem um corpo de funcionários reduzido e bastante capaz para dar cabo aos eventos culturais a que se presta. No entanto, é difícil encontrar alguém satisfeito com a Fundart. Nem os professores, nem os alunos, nem o Conselho, nem os funcionários, nem a diretoria, nem o prefeito. Qual é o ponto? O ponto é que sua estrutura precisa ser aperfeiçoada. Seu estatuto, seu regimento interno, seu organograma, estão ultrapassados. É preciso reformá-los. A Fundart precisa de uma Lei de Cargos e Salários, para que seus funcionários possam sentir-se mais estimulados, e almejar progresso em suas carreiras. Há muita gente com funções inadequadas lá dentro. É preciso discutir também a função do Conselho e dos conselheiros. E essa discussão precisa ser ampla, envolvendo todos os interessados, vereadores, prefeito, conselheiros, artistas. Aí sim, o presidente junto com o Conselho, poderá fazer as alterações. Precisa também de um espaço novo. Seus alunos estão mal instalados. O Casarão já deu o que tinha de dar. A cidade cresceu, o número de alunos cresceu e é preciso pensar um novo espaço para os cursos e oficinas. Numa das reuniões do Grupo Setorial de Música cheguei a sugerir o Terminal Turístico do Perequê-Açú como espaço ideal para um grande centro cultural e sede da Fundart. É uma boa estrutura. Possui dez salas grandes para oficinas e cursos, pode-se construir ali um bom auditório, o Centro de Tradições Caiçaras, o Arquivo Municipal (que precisa ser criado através de lei), tem cantina, restaurante e muito espaço. Hoje o terminal está praticamente abandonado. A idéia foi bem recebida. Fica aí a sugestão ao prefeito. A Fundart, modernizada, pode fazer muito mais pela população. Nota do Autor: Beto Segantini (depto.eventos@fundart.com.br) é jornalista, músico e compositor. Foi diretor cultural da Fundart em 94 e 95. Atualmente é chefe do Setor de Arquivo e Patrimônio da Fundação.
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