Em nome do papai Noel, de nós filhos e do espírito de natal, amém. Querido papai Noel, esse ano não quero presente, desejo apenas ter as minhas desculpas aceitas. Começando pela mamãe, que devido ao sapo que pus no congelador, está com o braço quebrado. Explico. Coloquei um sapo na geladeira com fins científicos, pois vi na televisão que alguns desses répteis depois de congelados e descongelados continuam vivos. Como eu adivinharia que ela abriria a geladeira antes que o sapo congelasse, me diz papai Noel? E que culpa tenho se a mãe morre de medo de sapo e se assustou quando o Faustão (Esse é nome que o batizei, por ser grande e gordo) saltou sobre o seu pescoço e ela caiu para trás, apoiada no braço, vindo o mesmo a quebrar-se. Como eu ia imaginar papai Noel, me diz? Sei! O problema com o pai foi maior, envolveu o frentista do posto e tudo. O meu colega Nestor falou que o carro do seu pai funcionava com álcool e gasolina, então, peguei os dois frascos de álcool da cozinha aqui de casa e botei no nosso carro. Como eu ia saber que, primeiro, o nosso carro não funcionava com álcool, e segundo, que não era aquele tipo de álcool, me diz papai Noel? E outra, como eu saberia que esse ato fundiria o motor do carro e o pai botaria a culpa no frentista do posto, alegando que ele colocara o combustível errado, me diz? Sai cachorro! Era o bob, papai Noel. O problema com a saia da mana Raquel não foi minha culpa, como o primo Basílio está insinuando. Ele colocou a bombinha, e eu ainda avisei, coloca no lixo! Em cima da saia dela, que estava sobre a privada, enquanto ela tomava banho. A bombinha explodiu, iniciando assim um princípio de incêndio na referida saia. Estão me culpando, mas se não realizei a ação, apenas dei a idéia, como posso ser considerado culpado, me diz papai Noel? Cai fora Bob! Desculpa estar falando baixinho papai Noel. Estou aqui embaixo do nosso carro, escondido da mãe, que quer me bater. Mas acho que terei que sair, pois o cachorro Bob foi me entregar. E que vi na televisão, em um programa onde o apresentador diz ao final “voltaremos”, que no natal devemos embebedar o peru. Então, para facilitar a vida da mãe, que está com o braço quebrado, peguei um vinho, e coloquei “boca à dentro” do peru assado, que estava em cima da mesa. Mas acho que a receita não era bem essa, pois ela está louca atrás de mim. Por isso papai Noel, lhe peço que me ajude a ter as minhas desculpas aceitas, até porque amanhã é o meu aniversário. Em troca, prometo-lhe comportar-me direitinho ano que vem. Obrigado! Não! Não fui eu mãe!
Feliz Natal a todos! Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista, escreve semanalmente para o site www.sulmix.com.br, e para diversos jornais.
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