(especial para Luana, Amanda, Ângela, Bianca e Nícolas)
Em uma cidade qualquer deste mundão em que vivemos, era uma vez uma família de gente muito bonita, que morava em casa agradável e que ficava mais simpática quando o ano ia terminando. Todas as crianças ficavam de férias e se preparavam para a festa de Natal. E, em uma dessas festas de Natal, usaram as suas melhores roupas, prepararam comidas e ficaram perto da Árvore, montada por todos, para bater fotos. Ao pé dessa árvore, que era feita de galhos secos e tinha enfeites de muitas cores, havia um pequeno berço de madeira, parecendo um escoador de água de pratos, com uma imagem do Menino Jesus, um desses de louça, que lembraram de colocar em meio aos presentes. Nessa árvore nada era vermelho, não havia a figura de Papai Noel, pois escolheram homenagear uma criança que, segundo a História e a tradição, nasceu judia, na cidade de Belém, lá no Oriente Médio, quando os romanos dominavam grande parte da Terra e viveu por 33 anos, quando foi crucificado e morto por sua fé em um Deus que não dizia as palavras do mesmo jeito como imaginavam os outros judeus de seu tempo. Voltando à estorinha: uma noite, já perto desse Natal, uma menina da família perdeu o sono, contou carneirinhos, mas não conseguiu dormir. Levantou-se, saiu do quarto e de camisola velha e amarrotada foi ficar perto da árvore lá na sala. Deitou-se. E consta que ela ouviu uma voz na noite alta. Teria sido o Menino Jesus. Ele teria tido: - Você é bela. E ela teria respondido: - Como, se estou com roupa velha e amassada, cabelos despenteados? E ele teria falado: - A beleza de que falo é a interior. As coisas do espírito, o que você faz pelos outros, sem aparecer. Seja sempre assim. E dizem que a menina adormeceu ali mesmo ao pé da Árvore. Quando sua mãe acordou na manhã de sol, ela ainda estava dormindo e sorria com um raio de luz sobre sua face e havia uma foto ao chão. A mãe olhou a foto: nela, um menino pequeno dava as mãos a todos os outros que ainda dormiam, se isso era possível. E nessa foto, o bercinho estava vazio. De repente, a foto caiu de sua mão e se transformou em um pequeno pássaro que voou e desapareceu em direção à luz do sol, enquanto a menina abria os olhos e se espreguiçava dengosa.
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