12/09/2025  00h55
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Crônicas
01/01/2007 - 12h09
Uma cidade doce e globalizada
Luís Delcides R. Silva
 

Uma obra gigantesca, diferente. Desde criança, a dimensão das cidades sempre me chamou a atenção. Os prédios, os elementos naturais, o “cinturão verde” que se forma na região norte e sul da capital é algo que sempre olho quando passo pelo caminho ao centro da capital.

Durante a visita na Bienal a cidade Branca me impressionou. Os guarda-chuvas nem olhei, fui direto ver a maquete.

A primeira impressão que tive ao ver a maquete da cidade, imaginei a Avenida Paulista. Mas, ao observar cada detalhe da obra, percebi a inserção de elementos de outras cidades, como a catedral de Brasília, mesquitas, arranha-céus americanos e veio a idéia de junção.

Um outro detalhe foi imaginar que a obra era uma simples maquete feita pelos arquitetos e feita de isopor. Fiquei com aquela impressão até o momento que sai do pavilhão.

Durante a viagem de volta para casa, fiquei imaginando aquela “cidade de isopor” lá no meio da mostra da bienal. Mas os detalhes da obra ficaram em minha cabeça, quando comecei a lembrar da catedral de Brasília, dos arranha-céus, das mesquitas, das antenas do corredor financeiro da paulicéia. As imagens causaram-me uma grande inquietação.

Lembrei do tema: “Como viver junto”. Sim, pensei numa cidade que houvesse união de culturas, agregação de pessoas, uma mistura de línguas. Um lugar onde quando passasse pela rua poderia ouvir o padeiro atender um cliente em espanhol, o balconista atender o outro em inglês, edificações diferentes que causassem impacto durante o passeio de turistas.

Havia casas pequenas na mostra. Elas ficavam escondidas em torno das belas edificações. Um detalhe que só pude observar depois de muito tempo que apreciei a obra e, após fotografá-la, pude reparar nessas pequenas construções desordenadas, desorganizadas. Pois retratam bem o crescimento desordenado das cidades brasileiras.

Sweetness (doçura), é o nome da obra. Meschac Gaba, nascido no Benin e radicado na Holanda, foi o criador dessa maquete. O artista durante a sua residência na capital pernambucana, imaginou uma Recife globalizada, misturando a arquitetura local a obras como Empire State, o Vaticano, a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo. Uma tentativa de resgatar uma estética doce e serena e, ao mesmo tempo, refletir sobre a natureza global da arquitetura.

O artista usou açúcar, produto de exportação do Brasil, cuja história é conturbada, durante a construção da instalação. Ele ficou impressionado com os desequilíbrios sociais existentes na cidade. “O Recife é uma caricatura do mundo, a imagem da globalização. Você vê prédios gigantescos cercados pela pobreza mais terrível”, afirma. “Quando deitava para dormir, pensava que havia algo que não estavam me mostrando”.

A cidade doce. Com prédios altos que lembram Nova York, mesquitas, catedrais e recursos naturais. Um espaço urbano composto de culturas, estética e diferenças sociais.


Nota do Editor: Luís Delcides Rodrigues da Silva é estudante de jornalismo, micro-empresário e colaborador do site Revista Melhoramundo.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "CRÔNICAS"Índice das publicações sobre "CRÔNICAS"
31/12/2022 - 07h23 Enfim, `Arteado´!
30/12/2022 - 05h37 É pracabá
29/12/2022 - 06h33 Onde nascem os meus monstros
28/12/2022 - 06h39 Um Natal adulto
27/12/2022 - 07h36 Holy Night
26/12/2022 - 07h44 A vitória da Argentina
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.