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Crônicas
07/01/2007 - 21h11
Mãos ao alto, porquinhos de barro
Aliene Coutinho
 

Ando contando moedas, assim como a maioria dos brasileiros, para comprar o pão, o leite e até o cigarro. Outro dia esvaziei o cofrinho das crianças para pagar a passagem de ônibus da diarista. Sem o charme de antigamente, quando eram cunhadas em ouro, prata e cobre e se chamavam tostão, vintém - vale ressaltar que não vivi nessa época - hoje, contar moedas é sinal dos tempos. Dos tempos em que vivemos agora, de economizar, de deixar de lado pequenas regalias e grandes extravagâncias. A moeda, que ficava largada nos cantos da estante, dentro de porquinhos de barro, latas ou enchiam pequenos potes como decoração, agora paga o essencial.

E com tantas moedas e tão poucas cédulas - não me venham falar das de um e dois reais que em breve vão sair de circulação - nossos objetos de desejo vão ficando cada vez mais distantes. Já não me pertence mais o carro zero 2.0, sequer 1.8, os almoços de quinta-feira no Piantella, a compra à vista nas lojas de marca do Parkshopping, muito menos minhas lentes siliconadas e fluorcarbonadas de alta oxigenação e durabilidade, que usava há mais de dez anos e meus olhos tão bem se adaptaram.

Dá vontade de chorar, e as moedas hoje nem podem ser raspadas como antigamente, quando eram de metais nobres e as pessoas assim faziam para ficar com um pouco do ouro ou da prata, antes de passá-las para frente. Mas tem certas coisas que faço questão de manter, apesar da perda do poder financeiro, se o carro é mil, tem de ter, pelo menos, direção hidráulica e vidros elétricos. Almoço fora, pelo menos uma vez por mês, nem que seja num self-service, as roupas... bem, me viro nas lojas de departamento, em promoções e em idas furtivas às feiras do Guará e do Paraguai. E olha, até que acho peças bem interessantes que algumas amigas "estilosas" não acreditam quando digo onde foram compradas.

Agora, minhas lentes, essas eu não posso abrir mão mesmo. Preciso continuar enxergando, e muito bem, o que está a minha volta, o que se passa na nossa economia, no nosso Distrito Federal e no nosso País. Negociei, pela primeira vez na vida pechinchei mesmo, e consegui um desconto de 10%, e pagamento em três quase suaves prestações. Ufa!!!


Nota do Editor: Aliene Coutinho é jornalista, professora de Telejornalismo do Instituto de Ensino Superior de Brasília - IESB.

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