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Crônicas
12/01/2007 - 18h14
Histórias da praia
Rodrigo Ramazzini
 

Dia de sol, dia de avistar o Luizão sentado à beira-mar. Sempre de óculos escuros, "atirado" em uma cadeira embaixo do seu guarda-sol do Bob esponja, era figurinha carimbada na guarita 33.

Luizão era casado com a Andréia. Uma senhora por assim chamar, mais para manter o respeito, que produzia inveja a muitas meninas de 18 anos. Andréia entrara na "idade de Cristo", tinha um corpo escultural, cabelos até à cintura, e uma boca de lábios grossos que arrancava suspiros por onde passava.

Mesmo tão bem casado, o Luizão não costumava apreciar muito a esposa. Sentava-se e ficava a admirar as outras mulheres da praia. Era passar uma mulher bonita, o Luizão contorcia-se na cadeira. Assim era o seu dia. Raramente entrava no mar, pois por teoria própria, não podia perder nenhuma beleza que passasse pela guarita 33.

Com toda malandragem herdada, o Luizão tinha várias técnicas para tentar ludibriar a esposa em suas observações, fosse pelo olhar de soslaio atrás dos óculos escuros, fosse pelas tosses ou espirros forçados. A esperteza dos homens termina quando começa a intuição feminina, e a Andréia tinha uma apurada.

Naquele sábado pela manhã ao espreguiçar-se na área de casa, pensou: tem sol tem mulher na praia. E acertou na sua previsão. A praia estava repleta. O Luizão não sabia para que lado olhar, tamanha a abundância. Perdido em seus devaneios eróticos criados pelas centenas de biquíni que cruzaram o seu raio de visão, esqueceu da esposa por alguns instantes. Entre um quadril e outro, o copo de cerveja era o melhor aliado.

Impressionara-se tanto com uma morena cor de "cuia" que por ali cruzou que quando fora encher o copo com cerveja deixara-o cair, e ao abaixar-se para juntá-lo enxergou um par de pés um tanto conhecidos. Andréia vinha retornando suavemente do mar e sentara-se ao seu lado. Os óculos "escorreram" pelo nariz ao limpar o copo sujo de areia, e em um breve momento de reflexão, notou a passagem de um grupo de sarados surfistas.

Luizão observou-os passar com os seus vistosos músculos e olhou para a redonda barriga, perguntou-se: será que a Andréia repara nesses rapazes como eu contemplo as meninas? Um silêncio pairou no ar. Luizão indaga-se novamente: será que ela olha? Segundos de meditação, olhou para a esposa. Andréia encontrava-se estática, sem insinuar para que lado estivesse a olhar. Então, sem cerimônia, o enciumado Luizão se dirige à esposa:

- Sabia amor que você não fica bem com esses óculos escuros...


Nota do Editor:
Rodrigo Ramazzini é cronista, escreve semanalmente para o site www.sulmix.com.br, e para diversos jornais.

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