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Medicina e Saúde
15/01/2007 - 12h14
Tique nervoso: tratar ou conviver?
Walker R. da Cunha
 

Quem não se lembra de já ter ouvido ou até mesmo cantado o refrão: "Isso me dá tique-tique nervoso, tique-tique nervoso, tique-tique nervoso..." com Kid Vinil na década de 80? Apesar do bom humor com que o problema é retratado na música, pessoas que possuem os chamados "tiques", sofrem com o problema muitas vezes durante anos, afetando sua auto-estima, o que acaba interferindo em sua vida social, profissional e afetiva.

O tique é um movimento motor involuntário, rápido, não ritmado, pois ocorre em intervalos de tempo variados, sem seguir um padrão, podendo também se apresentar como uma vocalização súbita.

Comumente, no dia a dia, encontramos pessoas que possuem algum tipo de tique, como por exemplo: piscar os olhos de maneira incomum, caretas faciais, fungados, contrair o pescoço, encolher os ombros, pigarro, grunhir, bufar (esses três últimos, tiques vocais) e tantos outros que são classificados como formas simples.

Um grupo menor de pessoas é portador da forma mais complexa que inclui, por exemplo, saltar, bater em si mesmo, bater o pé, cheirar objetos, vocalizações explosivas e repetitivas, como por exemplo, o que chamamos de coprolalia (uso de palavras ou frases obscenas, constrangedoras), palilalia (repetição dos próprios sons ou palavras) e ecolalia (repetição da última palavra, som ou frase ouvida).

Conforme retrata a música, o estresse pode ser um fator exacerbador dos tiques, enquanto que algumas atividades que exijam concentração como ler, por exemplo, atenuam os mesmos.

Os tiques não devem ser confundidos com as compulsões, já que estas visam neutralizar a ansiedade resultante de uma obsessão, enquanto que os tiques não seguem este padrão.

Algumas formas de tiques são tão graves que se enquadram na Síndrome de Gilles de la Tourette, que é um transtorno raro, crônico, composto de múltiplos tiques motores e pelo menos um tique vocal. Esta síndrome, além de incapacitante, leva a um prejuízo social extremo, causando muito sofrimento.

De uma forma geral, o paciente com tiques, com maior ou menor intensidade, se sente envergonhado devido à sensação de estar sendo observado pelos outros, o que de fato acontece. Portanto, a depressão não é um quadro incomum nestes pacientes, bem como ansiedade generalizada, uma vez que o portador tenta todo o tempo controlar os tiques em situações sociais. Além da depressão e ansiedade, não é incomum a associação de tiques com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e Transtorno de Aprendizagem.

O mais importante é conscientizar o portador de tiques, sejam eles simples ou complexos, que há um tratamento para esse tipo de transtorno. Basta procurar ajuda médica.


Nota do Editor: Walker R. da Cunha é médico psiquiatra, psicoterapeuta, conferencista e autor de diversos artigos na área de comportamento e saúde de grande repercussão.

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