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Opinião
20/01/2007 - 05h36
Contagem de ocupação correta
Seu Pedro
 

Sem desmerecer as grandes concentrações evangélicas ou as passeatas gays, cujos números de freqüência calculados pelos "olhometros" deste ou daquele repórter, pelas multiplicações sem padrão da Polícia Militar, em que são chutados os números, também a opinião de algum matemático curioso, que pega uma maquininha sem antes ter conhecimento do comprimento e largura do local ocupado, estes nos induzem a um indicador irreal dentro de uma notícia. Por via de regra o repórter, ao final do evento, pergunta a alguém a estatística da multidão, e leva a informação para a redação, sem outras consultas.

Tivemos o Réveillon, e com ele notícias dos festejos em praças de todo o Brasil, e aí nos deparamos com notícias absurdas em bons jornais diários, nos do interior então é um despautério. Cidades com 45 mil habitantes em uma só praça abrigaram 50 mil pessoas, segundo os repórteres que tomaram por base as informações da Polícia Militar. Então não tinha casa habitada naquele instante? Todos se moveram como um só rebanho para a praça? O repórter deve ter perguntado a um policial militar qualquer de serviço na praça, que cansado de pedir licença para transitar em meio ao povo, já de saco cheio, deu um chute!

A avenida Paulista, em São Paulo, é um exemplo de absurdo na contagem de ocupação. São 1700 metros de extensão por 26 metros de largura. Compactando quatro pessoas por metro quadrado caberiam 176,8 mil pessoas. E ainda temos no percurso bancas de jornal, canteiro central, postes, trio elétrico e outras parafernálias que também ocupam espaço. Como acreditar que alguma concentração ali tenha tido dois milhões de pessoas? Dissessem 200 mil e o leitor estaria bem informado. Há como se colocar setenta pessoas por metro quadrado? Mas é isto o que o noticiário tem feito.

Uma praça do interior, que mesmo contando as ruas de seu contorno, tem 5.000, 6.000 metros quadrados. Pois eu só acredito em praça do interior com no máximo 25000 pessoas, o que já muito. O cálculo que faço tem por base o fator de ocupação em pessoas/m² pela norma inglesa Fire Safety Approved Document FS-AD. Em relatório da consultoria que tratou de uma proposta de regulamentação para o Estado de São Paulo, estes mesmos índices de ocupação da norma inglesa foram adotados.

Um dado curioso é que, incluindo atiradores de Tiro de Guerra, que não são considerados soldados, temos um efetivo de 205 mil homens e mulheres no Exército Brasileiro, em todo território. Com a Marinha e a Aeronáutica, todas as nossas Forças Armadas somam 300 mil pessoas. Será que uma concentração de gays ativos é mais gente do que temos de militares? Ou em uma praça de cidade do interior cabe a quarta parte de um exército? Vamos ter coerência com a contagem de ocupação, os ouvintes, espectadores ou leitores não merecem nossos exageros.


Nota do Editor: Seu Pedro, 59 anos, é o jornalista Pedro Diedrichs, poeta, escritor, humorista, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi / Bahia e tem editado matérias sobre a seca na região nordeste. Tem o título de "Jornalista do Sertão".

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