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Crônicas
25/01/2007 - 15h08
Há mares que vêm para o bem
Adilson Luiz Gonçalves
 

O período de férias se aproximava e nós começamos a planejá-las, eu, minha mulher e meu filho.

Pessoalmente, eu tinha preferência por viagem aérea, apesar de um imbróglio com aeronave fretada há dois anos atrás, que nos deu muita preocupação e margem para muita discussão nos aeroportos.

Aí, veio o acidente da Gol, a crise dos controladores, os atrasos nos vôos, os "overbookings"... Descobri que há mais coisas entre o céu e a terra do que nuvens, aves e aviões, sem esquecer da poluição.

Graças a esse contexto, minha esposa conseguiu convencer-nos a realizar o sonho que acalentava havia, pelo menos, quatro anos: viajar de navio!

A vontade tripla foi tão forte que conseguimos uma cabine no "Grand Mistral" praticamente uma semana antes do navio zarpar, por conta de uma providencial desistência.

Mas havia a dúvida: o quê fazer dentro do navio no intervalo entre as escalas?
No dia da partida, lá fomos nós, para o terminal de passageiros, em Santos - SP, preparados para encarar a maratona de embarque de cinco navios ao mesmo tempo. Apesar da multidão de milhares de pessoas, das filas, do congestionamento de ônibus com passageiros de todas as partes do país, até que o tempo passou rápido: a ansiedade era maior que qualquer contratempo!

Já embarcados, fomos para a cabine, bastante confortável e prática, e, em seguida, fomos almoçar e fazer nosso primeiro "tour" pelo navio, para conhecer os vários bares, os restaurantes, o teatro, o "deck" da piscina, as lojas, a academia de ginástica, o salão de estética... Tudo justificava a descrição dada, numa mistura de português, italiano e espanhol, pelo diretor de cruzeiros: "esto meraviglioso hotel flotante"!

Depois, tivemos o exercício de segurança e a reunião de esclarecimentos sobre a programação do cruzeiro para, finalmente, irmos assistir a partida do porto... Quando chegamos ao convés já estávamos no canal do Estuário, saudados pelo tradicional foguetório e pelos acenos da multidão que tomava os trapiches e muradas da orla, e escoltados por lanchas e "jet-skis" que nos acompanharam até a barra: uma festa emocionante, mas logo superada pela visão do mar aberto, só sobrepujada pelo magnífico céu estrelado das noites sem luar, onde o mar singrado se fundia ao oceano celeste.

Os serviços eram prestados com extrema eficiência e gentileza por uma "Torre de Babel" bem-resolvida, que incluía: brasileiros, gregos, indonésios, indianos, italianos, poloneses, russos, costarriquenhos, mexicanos, portugueses, espanhóis... Em meio a tudo isso, não tivemos a mínima vontade de ir ao bico de proa, abrir os braços e gritar: "I am the king of the world!" (também é bom não brincar com a sorte...). Muito melhor estava sendo sentir-se, ali, parte dele!

Mas não eram "apenas" as paisagens, as instalações e comida 24 horas por dia (levarei ainda um três meses para sanar os efeitos...) que nos entretiam no navio: havia uma intensa e variada programação de atividades, que incluíam: grupos musicais de boa qualidade, shows todos os dias, animações de grupos... Quem não quisesse participar dos passeios em terra, podia permanecer no navio sem risco de tédio! Mas as descidas também eram interessantes, em alguns casos "com emoção", como dizem nos passeios nas dunas do Nordeste: pois o mar crispado de Búzios, por exemplo, proporcionava dificuldades para fundear, e para o embarque e desembarque das lanchas.

A viagem foi tranqüila, reconfortante, reenergizante, sem sobressaltos. Não vimos nenhum "Holandês Voador", nenhum Leviatã, nenhum Adamastor, nenhum pirata para nos saquear (como certos políticos...).

A crise nos aeroportos fez uma votação de 1 x 2 transformar-se numa unanimidade familiar: o cruzeiro marítimo!

Em tempos de "céu de briga", há mares que vêm para o bem!


Nota do Editor: Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro e professor universitário (UNISANTOS e UNISANTA), cursando Mestrado em Educação - UNISANTOS. É autor do livro: "Sobre Almas e Pilhas".

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