Empresa existe para prover a sociedade de produtos ou serviços
A existência de uma empresa, seja ela uma indústria gráfica ou uma corretora de seguros, têm a finalidade precípua de atender a necessidades das pessoas da comunidade próxima ou mesmo global em que se insere. Apesar de ter como fim imediato manter sua produtividade, ser competitiva e assegurar aos colaboradores seus devidos salários, a empresa existe para prover a sociedade de produtos ou serviços que lhe são importantes de algum modo, bem como desenvolver a sua qualidade de vida e sustento. Dessa forma, o papel da empresa frente a sociedade é de uma responsabilidade muito grande, embora ainda muitas não o tenham percebido em toda a sua dimensão. Esse papel não se limita a prestar alguma ajuda comunitária pontual, de forma paternalista ou assistencialista, mas de prover de ferramentas de auto-desenvolvimento tais comunidades. Ao perceber a profundidade da responsabilidade que lhe compete, uma empresa pode criar vínculos saudáveis com as comunidades a que atende, pois serão aqueles também divulgadores de sua marca, consumidores de seus produtos e fidelizadores de futuros clientes. Para além dessa visão mais imediata, o compromisso com o desenvolvimento das comunidades que integra é um papel de extrema relevância para a empresa e, especialmente, para a comunidade, que passa a perceber meios de desenvolver talentos, subsistência, formas associativas comerciais que lhe possibilitem adentrar no mundo da globalização com alguma competência. Apesar de nos parecer óbvio, existe ainda resistência de algumas empresas em identificar e criar meios de cooperação social que extrapolem o paternalismo, que apenas atenua uma necessidade premente. Dotar uma pessoa, uma comunidade de meios de auto-progresso é devolver à ela a dignidade que lhe é própria como ser humano. É dar-lhe as condições de reintegrar-se ao "meio", sendo capaz de desenvolver talentos, habilidades e, ainda, estimular outros, multiplicando esse efeito em um número sempre crescente de indivíduos. A empresa que não consegue olhar além de seus muros, está fadada a perecer de sua própria cegueira. A parceria de empresas com associações e instituições do Terceiro Setor também vem figurando como uma importante aliança no cenário de políticas sócio-econômicas, viabilizando que as ações sejam cada vez mais eficazes em seus propósitos. Por um lado, as ONGS e OSCIPS detêm o conhecimento mais profundo das necessidades e dos caminhos possíveis de solução para as questões sociais porque nascem dessas comunidades, em grande parte das situações, enquanto do outro, a iniciativa privada detém o capital e os meios de mobilização adequados para fazer as mudanças efetivamente acontecerem. Se por um lado vemos amanhecer a esperança de tornar essas parcerias alianças duradouras e saudáveis, por outro tememos que o extremo também aconteça: o uso abusivo da imagem da "responsabilidade social" como meio de promover a imagem institucional de uma organização. Sendo assim, caberá outra vez o uso do bom senso e junte-se a isso boa dose de sensibilidade para perceber quando há coerência entre atuação responsável e consciência de cidadania ou apenas jogos de marketing mal ajambrados, rasos e com pouco futuro pela frente. Acredito que o tempo e a experiência nos trarão a verdade, sempre. Nota do Editor: Mozana Amorim é publicitária, com especialização em Gestão de Pessoas. Responsável pelo Núcleo de MKT da Editora Brahma Kumaris, organização que trabalha por resgatar valores humanos na sociedade.
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