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Opinião
06/03/2007 - 16h04
Sobre a Campanha da Fraternidade
Marcelo Moura Coelho - MSM
 

Como já acontece há mais de quarenta anos, no dia 21/02/2007 iniciou-se mais uma Campanha da Fraternidade. Este ano seu tema é "Fraternidade e Amazônia" e seu lema é "Vida e missão neste chão". Como também já ocorreu em outros anos, vários católicos encontram-se um tanto quanto decepcionados com o tema, facilmente utilizado para defender uma ideologia que nada tem de cristã.

Pessoalmente e com toda a humildade, minha opinião é que a Quaresma não é a melhor época para se fazer a Campanha da Fraternidade, independente do tema. A Quaresma é, por excelência, o tempo de penitência e conversão, no qual o fiel, à semelhança dos quarenta dias que Jesus, voluntariamente, passou jejuando no deserto, adota algumas práticas penitenciais e intensifica a leitura das Sagradas Escrituras e da oração.

Muitas vezes a Campanha da Fraternidade ao invés de ser uma ajuda na conversão diária que todo católico deve fazer, acaba se tornando um veículo para discursos político-ideológicos pouco afeitos aos ensinamentos da Igreja. Eu já fiquei entristecido em saber que em algumas paróquias o "Arrependei-vos e crede no Evangelho" que o sacerdote fala ao impor as cinzas sobre o fiel na Santa Missa da Quarta-Feira de Cinzas foi substituído por um "Arrependei-vos, crede no Evangelho e se solidarize com Amazônia".

É importante frisar que o tema da Campanha da Fraternidade deste ano pode sim ser trabalhado dentro de uma ótica católica. Sua Santidade Bento XVI enviou uma mensagem à CNBB sobre a campanha que poderia muito bem fundamentá-la: "Neste contexto, insere-se, porém, de maneira determinante, a ação eclesial dirigida a fomentar um processo de ampla evangelização que estimule a missionariedade e crie condições favoráveis para a descoberta e o crescimento na fé de toda a população amazônica. Em continuidade com os meus Veneráveis predecessores, desejo fazer um preito de gratidão a todos aqueles corajosos missionários que se consagraram e se consagram, à custa inclusive da própria vida, em levar a fé católica às cidades e aldeias da região; homens e mulheres que, por amor a Deus, entregaram-se de corpo e alma para a extensão do Reino de Deus nesta Terra de Santa Cruz."

O que um católico deve pensar disso?

Sem querer dizer a ninguém o que pensar, gostaria de compartilhar algumas idéias com os leitores. Em primeiro lugar, lembrando o que o Cardeal Arcebispo emérito de Bolonha, Giacomo Biffi, disse ao pregar exercícios espirituais para o Papa e a cúpula da Igreja, é preciso reconhecer o pecado próprio, principalmente no mundo atual, onde é comum só apontar os pecados dos outros.

Além de reconhecer a realidade do pecado em si mesmo, também é necessário reconhecer que o pecado existe mesmo dentro dos meios eclesiais. O Papa Bento XVI disse palavras profundas sobre isso há alguns dias: "...o Senhor sabe, sabia desde o início, que na Igreja também há o pecado e para a nossa humildade é importante reconhecê-lo e ver o pecado não só nos outros, nas estruturas, nos altos cargos hierárquicos, mas também em nós próprios para sermos, desta forma, mais humildes e aprender que não conta diante do Senhor a posição eclesial, mas estar no seu amor e fazer brilhar o seu amor".

O próprio Jesus, na parábola do joio e do trigo (Mt. 13, 24-30), já nos ensina que a convivência entre bons e maus não apenas no mundo, mas dentro de sua própria Igreja é um mistério que faz parte dos desígnios divinos e perdurará até o fim dos tempos. Não devemos, pois, escandalizar-nos com isso.

Aos católicos sugiro que meditem sobre as palavras do Papa acima transcritas e rezem pelos nossos bispos. E não percam a esperança. Parece que a Campanha da Fraternidade do ano que vem terá como tema o aborto.


Nota do Editor: Marcelo Moura Coelho é advogado.

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