O aquecimento global já chegou lá!!! Anabel, a novidadeira, já quer reescrever os Monólogos da Vagina, texto da americana Eve Asler que no Brasil foi adaptado por Miguel Falabella, peça que dá voz, com o perdão do trocadilho, aos lábios da dita cuja. Pois não é que a escriba descobriu que nem a coitada, posta em sossego no recôndito das mulheres - ok, algumas nem estão postas em sossego assim - escapa do aquecimento global? Essa praga, que ameaça a capota polar, os animais, os mares, os homens e as praias exclusivas da Marinha que só o Lula usa, chegou à vagina. E não é papo de aranha não (perdão, novamente, escassos e amados leitores), é conversa científica, vou explicar como fiz essa descoberta.

Anabel tem duas amigas jornalistas fofas, uma loura e uma morena, ou "una rubia y una morena", como diria o Pepe, um taxista argentino e assanhado, encantado pela dupla, a sonhar fantasias pelo retrovisor do carro. Todo mundo tem direito a fantasias, inclusive argentino saliente, mas fato é que as duas voltaram do carnaval do Rio com o mesmo tipo de corrimento vaginal. Ficaram meio encanadas, acharam que fosse coisa de praia lotada, mas quando a loura procurou o ginecologista para resolver a questão tomou um susto.

Ele explicou que a mudança de clima está alterando inclusive o PH vaginal. Essa alteração, conjugada a calor, biquíni molhado por várias horas e outras variáveis de praia permite que algum germe presente se descontrole e comece a provocar problemas. Uma simples pomada que já existe mesmo como genérico resolve o caso. E a escriba exagerou ao chamar o caso de Doença Sexualmente Transmissível (DST), mas era mais curto para o título e chamava mais atenção, é uma espécie de licença poética para um assunto que não tem lá muita poesia. Na verdade o médico não sabia informar se era transmissível ou não, pois como a loura, afobada, preferiu o telefone, ele não podia determinar que tipo de germe era. Que elas então fizessem o tratamento e aparecessem depois para uma consulta.

Anabel Serranegra acha que o aquecimento global chegou a mares nunca dantes navegados

Nota do Editor: Maria Ruth de Moraes e Barros, formada em Jornalismo pela UFMG, começou carreira em Paris, em 1983, como correspondente do Estado de Minas, enquanto estudava Literatura Francesa. De volta ao Brasil trabalhou em São Paulo na Folha, no Estado, TV Globo, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde. Foi assessora de imprensa do Teatro Municipal e autora da coluna Diário da Perua, publicada pelo Estado de Minas e pela revista Flash, com o pseudônimo de Anabel Serranegra.