A maioria dos pais protege a saúde dos seus filhos levando-os ao pediatra e mantendo a carteira de vacinação em dia. Entretanto, no Brasil, uma minoria dá a atenção necessária ao início da puberdade dos meninos e meninas. A puberdade é o período de transição entre a infância e a idade adulta, na qual ocorrem o aparecimento e o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, o início da fertilidade, o estirão de crescimento e o fechamento da estrutura óssea, determinando a estatura final, como conseqüência das alterações hormonais. Esse processo complexo tem por finalidade capacitar o indivíduo para procriação e perpetuação da espécie.

Nesse momento, que tem como pano de fundo conflitos emocionais e muitas dúvidas, convém levar o adolescente ao médico para um check-up e orientação sobre hábitos e cuidados que deve adotar para proteger sua fertilidade. Considerando que, no mundo inteiro, 20% dos casais têm problemas de fertilidade, é possível dimensionar a importância dessa iniciativa. "Exames preventivos possibilitam o diagnóstico e tratamento precoce de potenciais problemas, evitando surpresas desagradáveis no futuro", afirma Dr. Roger Abdelmassih, especialista em reprodução humana. Além de doenças - DSTs, endometriose, clamídia, ovários policísticos, fatores hormonais e imunológicos, entre outros -, hábitos como o tabagismo, consumo de álcool e drogas, também podem causar infertilidade.

Em alguns países, esse tipo de procedimento já é adotado, com excelentes resultados. Na Bélgica, por exemplo, por volta dos 12 anos de idade, os meninos são levados ao urologista. Se forem diagnosticados portadores de varicocele - problema que afeta 10% da população masculina e causa infertilidade -, são operados na seqüência.

Vida saudável, informação e o uso constante e correto do preservativo (masculino ou feminino) durante as relações sexuais, são a melhor maneira de preservar a fertilidade.