O papel de destaque da mulher na sociedade atual vai além de ocupar cargos importantes, e em meio da correria e pressão do ambiente de trabalho elas ainda arrumam tempo para administrar a casa, o marido e os filhos. Mas, mesmo com toda a evolução da medicina, a população feminina ainda sofre com a famosa Tensão Pré-Menstrual ou, de acordo com a medicina, Síndrome Pré-menstrual (SPM), que atinge de 75 a 95% das mulheres. A TPM é uma reação do corpo antes do período menstrual, que altera os hormônios e causa conseqüências no estado orgânico e emocional. Mais evidente nos extremos da vida reprodutiva (início da adolescência e início do climatério), de 3 a 8% das mulheres que a possuem a TPM sofrem de sintomas severos e 30% com sintomas leves.

Para a paciente saber se sofre de TPM ela deve avaliar, durante um ano, se possui ciclos menstruais regulares - sem atrasos, denominados ciclos ovulatórios - e apresentar sempre os mesmos sinais no período que antecipa a menstruação. "Entre os sintomas emocionais podemos destacar distúrbio de afeto, irritabilidade, depressão, e ansiedade e os entre os orgânicos, cólicas, dor mamária, aumento do volume abdominal etc.", afirma Drª Cláudia Gazzo, ginecologista da Diagnósticos da América / DASA.

Quando uma mulher detectar que está sofrendo qualquer uma dessas alterações antes de menstruar, deve procurar um especialista, que será responsável por um diagnóstico preciso. Por exemplo, uma mulher que não ovula regularmente não tem a verdadeira TPM, mas pode desenvolver uma intensificação dos sintomas pré-menstruais, que são coisas diferentes. A paciente que tem um temperamento depressivo, fica mais depressiva antes de menstruar e uma mulher com hipotiroidismo também pode sofrer alterações no metabolismo neste período. "Em outras palavras, alguns dias antes da menstruação há uma evidência de alguns sintomas de doenças já instaladas e que não devem ser confundidas com a TPM", avalia Drª Claudia.

"Ao denominarmos uma doença de ‘Síndrome’, tal como a SPM, automaticamente estamos dizendo que não sabemos a origem do problema, apesar de várias mulheres apresentarem os mesmos sinais ou sintomas", comenta a especialista. Por conta disso, não há um tratamento que atinja as verdadeiras causas e acarrete na cura da paciente e os sintomas que mais comprometem as mulheres são tratados individualmente. Os indícios emocionais, também abordados de forma diferenciada, surgem em função da produção hormonal ovariana e dos receptores cerebrais hormonais, que os homens não possuem.

"Algumas mulheres precisarão de tratamento mais simples como apenas entendimento do ciclo menstrual, outras necessitarão de mudanças de hábitos alimentares, assim como incremento de atividade física, e ainda existem as que vão requerer tratamento medicamentoso de baixa ou alta potência, a depender do quadro clínico", conclui Drª Claudia.