Quem ainda não viu aquela propaganda da Coca-Cola em que um rapaz com um refrigerante nas mãos segue pelas ruas de uma cidade? Ele oferece o refrigerante para quem encontra pela frente e a cada vez que alguém aceita o rapaz incorpora parte das características da pessoa. Ele assimila os cabelos longos de uma moça que usa roupas negras, adepta do Dark, a cor negra de outro, o bigode de um cantor country, os óculos fundo de garrafa de uma mulher que toca numa banda de coreto, os cabelos punk de um outro, e até o bico de um passarinho. A frase que encerra é: Viva as diferenças. Por mais que o mundo esteja globalizado, por mais que as informações circulem livremente; por mais que todos saibam que o preconceito só atrapalha a vida das pessoas ele continua existindo e é preciso ser combatido. Se você tiver dificuldade de aceitar o próximo, seja pela cor, religião, opção sexual dele ou até mesmo estilo de vida, pode ter certeza, você está perdendo a oportunidade de aprender, de crescer, de entender melhor a si próprio. Nós todos somos uma espécie de colcha de retalhos, os nossos conceitos são formados a partir das informações que recebemos. Desde que nascemos somos bombardeados por informações de todos os lados e estas informações, se bem usadas e entendidas, fazem com que cresçamos como ser humanos. É assim também no relacionamento sexual. Não podemos alimentar preconceitos. Precisamos respeitar as opções de cada um. É sempre bom lembrar que o primeiro passo do apaixonamento vem do conhecimento das diferenças. As diferenças não são impedimento para ser feliz. Muito pelo contrário. Quantas vezes você já não ouviu alguém falar que fulano é muito diferente da parceira dele e, no entanto, os dois se dão muito bem. Quando as pessoas não respeitam as diferenças elas se aprisionam e aprisionam os outros. A diversidade, ao contrário, enriquece nossas vidas. Hoje usamos termos como heterossexuais, homossexuais, transexuais, pansexuais e tantos outros para definir a opção sexual de cada um. Mas, no final das contas, os termos são os que menos importam, pois somos todos seres humanos com direitos e deveres. A vida fica muito mais bonita e colorida quando as diferenças são aceitas e respeitadas. Nota do Editor: Márcio Dantas de Menezes é médico, palestrante e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Sexual.
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