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Medicina e Saúde
21/03/2007 - 12h09
Trabalhar ajuda no tratamento de epilepsia
 
 

Manter um emprego, investir em qualidade de vida e driblar o preconceito das pessoas são desafios cotidianos das pessoas com epilepsia.

Pesquisa da Unifesp mostra que o sucesso nessa batalha tem reflexos positivos sobre a eficácia do tratamento.

Segundo estudo realizado pela Unidade de Pesquisa e Tratamento das Epilepsias (UNIPETE) da Unifesp, manter uma boa qualidade de vida é fator fundamental no resgate da auto-estima e melhora do quadro clínico nas pessoas com esse distúrbio neurológico. Os pesquisadores ouviram 50 pacientes com epilepsia do lobo temporal - que representa cerca de 35% de todos os tipos - e concluíram que os pesquisados que estavam inseridos no mercado de trabalho (50% do total) apresentavam melhora na qualidade de vida.

Mas, estar no mercado de trabalho não é tarefa das mais fáceis. Sueli Mesquita, voluntária na Associação Brasileira de Epilepsia - ABE (www.epilepsiabrasil.org.br) e uma das pesquisadas, sentiu o preconceito em todos os empregos por que passou. "Eu sofri vários desmaios nos lugares onde trabalhei, antes de saber do meu problema. Quando acordava, ninguém me falava o que tinha acontecido e me demitiam sem explicação. Achavam que eu estava ’endemoniada’. Por total ignorância, tiravam conclusões erradas".

Uma cirurgia cerebral realizada em 2002 melhorou o quadro de Sueli, que tinha crises constantes, mesmo tomando medicações. Apesar disto, ela continua desempregada e sem direito a aposentadoria, uma vez que a epilepsia não é considerada uma doença única, ou seja, possui várias causas e, quando não está associada a incapacidade física ou mental, o benefício não é concedido. Por conta disto, estudos mostram que 50% a 60% das pessoas com esse distúrbio escondem sua condição ao procurar emprego.

Preconceito e desinformação

A epilepsia é um distúrbio neurológico decorrente da alteração de funções elétricas no córtex cerebral, que pode provocar crises repentinas. Dessa forma, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a um determinado local ou se espalhar, causando uma crise com duração de segundos a minutos que pode se repetir de tempos em tempos. Há casos em que ocorre somente uma crise em toda vida, mas nos de maior gravidade as crises podem acontecer diariamente. Contudo, entre as crises a pessoa não apresenta sintomas e é considerada uma pessoa normal.

O problema pode ser decorrente de uma alteração de ordem embriológica, genética ou ser causado por fatores externos, como traumatismos na hora do parto, tumores, ferimentos intensos na cabeça, infecções como meningite e encefalite ou mesmo abuso de álcool e drogas. Às vezes, a causa é desconhecida e as crises podem ser desencadeadas por febre, suspensão abrupta da medicação antiepiléptica, fadiga física, ingestão abusiva de álcool, privação de sono, respiração forçada ou fortes emoções.

Devidamente controladas, as crises não afetam em nada o cotidiano das pessoas. Prova disto é que personalidades como os escritores Machado de Assis, Van Gogh, Fiódor Dostoievski e Gustave Flaubert, entre outros, tinham epilepsia. "Achar que a saliva que escorre durante a crise é contagiosa, que a pessoa pode engolir a língua ou mesmo que ’é coisa de louco’ são lendas que precisamos destruir e que são grandes causadoras de transtornos aos pacientes, comprometendo tanto a auto-estima como a eficácia do tratamento", revela a neurologista da Unifesp Laura Guilhoto, presidente da ABE - Associação Brasileira de Epilepsia.

Estima-se que 2% da população mundial tenha epilepsia. Um número que pode ser maior nos países em desenvolvimento.

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