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Medicina e Saúde
28/03/2007 - 10h07
Homeopatia: boa ou ruim?
 
 
O tratamento homeopático é o que mais cresce no mundo e, no Brasil, passou a atender milhões de pessoas com sua incorporação ao Sistema Único de Saúde. Mesmo assim, ainda gera discussões acirradas entre especialistas e céticos

Daqui a um ano, São Paulo irá discutir, em mais um congresso organizado pela Sociedade Paulista de Homeopatia, os rumos do tratamento homeopático no país e no planeta. Situada entre arte e ciência, a homeopatia é hoje a forma de tratamento que mais cresce no mundo. Tratada como uma medicina segura e eficaz por alguns médicos e rechaçada por tantos outros, ela se apresenta como um dos tratamentos mais polêmicos da atualidade. A chamada “medicina do sujeito” chegou ao século XXI com adeptos e inimigos.

Mesmo sendo considerada uma especialidade terapêutica e não parte da medicina alternativa (inclusive reconhecida pela Associação Médica Brasileira), a homeopatia gera uma discussão infindável.

Para os que a defendem, a homeopatia tem uma visão integrada do ser humano, vendo-o como um todo. Aqui, corpo e psique são indissociáveis e, nesse aspecto, esse tratamento se aproxima muito das medicinas clássicas orientais. Os proponentes da homeopatia alegam que a maior parte das pessoas que usam o tratamento está satisfeita com seus resultados. Sustentam que qualquer tratamento que faça um paciente se sentir melhor funciona de alguma forma. Também enfatizam um dos axiomas básicos dessa técnica terapêutica: uma substância que induz um certo sintoma pode curar uma doença que apresenta este sintoma.

Mas se por um lado há quem recomende, por outro há quem critique. Os céticos ou defensores do paradigma cartesiano consideram a homeopatia como um resquício pseudocientífico dos tempos da alquimia. Os resultados iniciais atribuídos à homeopatia podem ser explicados como efeito placebo (remédios feitos à base de farinha e que não surtem efeitos). Alega-se que os medicamentos homeopáticos foram cientificamente testados (no chamado estudo “duplo cego”, para controlar os efeitos placebos) várias vezes e alguns desses testes produziram resultados positivos. Mas a maioria dos cientistas rapidamente atribui isso a flutuações aleatórias, uma vez que os resultados quase não são mensuráveis, não podem ser reproduzidos de modo confiável e há uma grande quantidade de testes em que a homeopatia falha. Em agosto de 2005, a revista científica The Lancet publicou um artigo polêmico no qual cientistas afirmam que remédios homeopáticos têm propriedades terapêuticas similares às dos placebos. Os autores do artigo avaliaram 110 pesquisas sobre o tema.

No Brasil, um dos mais acirrados defensores da homeopatia chama-se Paulo Rosembaum. Formado em Medicina pela PUC de São Paulo, há anos se dedica à aplicação da homeopatia no país. É especialista na área pelo Conselho Federal de Medicina, fez mestrado em Medicina Preventiva e doutorado em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Paulo Rosenbaum, que fez nascer da homeopatia a paixão pela escrita (é autor de contos e poesias), lembra que re-significar a tradição da homeopatia tem sido útil para colocá-la em contato com as principais correntes do pensamento contemporâneo. “Mais do que acreditar na homeopatia, é preciso entender a sua voz”.

Docente fundador e chefe do Departamento Científico do Instituto de Cultura Homeopática – Escola de Homeopatia, Paulo Rosenbaum atua há 20 anos como médico homeopata em São Paulo e dá aulas em várias instituições do país e do exterior. Hoje, edita a revista científica Cultura Homeopática e é autor de cinco livros na área médica.

No livro "Homeopatia – medicina sob medida" (160 páginas, R$ 29,90), publicado pela Publifolha, Paulo Rosenbaum se propõe a explicar os princípios básicos da homeopatia, sua história e as perspectivas que oferece, além de dizer por que a homeopatia é considerada uma medicina sob medida para a vida. O livro acabou se tornando uma referência fundamental para quem quer saber mais sobre o assunto, abordando temas que vão desde as preocupações do paciente, até a auto-observação, tratamento, tecnologia e ciência, entre outros.

No Brasil e no mundo

No Brasil, a partir de 1979 a homeopatia passou a constar no Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira e um ano depois, do rol de especialidades do Conselho Federal de Medicina, deixando de fazer parte das medicinas alternativas e passando a constituir parte do que hoje se chama “medicinas integrativas”. O Sistema Único de Saúde (SUS) a inclui em suas rotinas de atendimento e hoje está estabelecida como política de Estado. Há no País médicos veterinários e odontólogos, além de farmacêuticos, que trabalham oficialmente com homeopatia.

Em Portugal, a Ordem dos Médicos não reconhece a homeopatia como especialidade médica. No entanto, existem duas associações, uma em Lisboa (SPH) e outra no Porto (SPMH), que aceitam apenas médicos como membros. As farmácias em Portugal vendem medicamentos homeopáticos com autorização do Infarmed.

Na Espanha, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica, sendo ensinada nas universidades de Sevilha, Valladolid, Múrcia, Barcelona, Bilbao e Málaga.

Na França, a homeopatia segue as regras estabelecidas por Phillipe de Lyon, que só aceita as potências até C 30. Estes medicamentos, prescritos por médicos, são reembolsados pelo sistema público de saúde. Quase todas as farmácias francesas vendem medicamentos homeopáticos.

Nos Estados Unidos, depois de ter sido popular no começo do século XX e ter declinado, a homeopatia ressurge, com escolas de formação em vários estados. Na década de 80 havia cerca de 1000 médicos homeopatas, e outros três mil profissionais usando homeopatia, inclusive dentistas, veterinários e psicólogos.

Na Romênia, a homeopatia foi legalizada em 1969, e é exercida apenas por médicos. Há cerca de setecentos homeopatas no país.

No Reino Unido e na Austrália a homeopatia é legalizada como prática médica. Um ato do parlamento inglês de 1950 (Ato da Faculdade de Homeopatia) reuniu as leis e regulamentos sobre a prática da homeopatia.

Na República Checa há cerca de mil médicos homeopatas clássicos, que não receitam apenas remédios homeopáticos porque as companhias de seguro não cobrem os gastos.

Na Bélgica, a homeopatia é reconhecida, desde que praticada por médicos. Cerca de 25% da população belga utiliza por vezes medicamentos homeopáticos.

Nos Países Baixos, a homeopatia não tem reconhecimento oficial, mas uma lei de 1996 garante o direito de cada pessoa escolher entre o tratamento pela medicina oficial ou por outra forma de terapia.

Na Índia, há mais de 120 escolas de homeopatia, ligadas a universidades e a hospitais. 19 delas são mantidas pelo governo.

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