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Opinião
29/03/2007 - 09h00
A "Bolsa Bad Boy": viva o crime!
Ubiratan Iorio - Parlata
 

Idéia de jerico, que só poderia mesmo ter partido de cabeças para quem o crime é decorrência da sociedade capitalista, que precisa ser extinta a qualquer custo, não importando os meios, para que o "socialismo do século XXI" - cujos princípios, bastante claros em sua obscura filosofia política, podem ser lidos no Foro de São Paulo - seja implantado aqui.

Os pais de Toninho, primeiro aluno da classe e de comportamento exemplar vão admoestá-lo por isto, enquanto os de Luisinho - um galalau di menor, cujo boletim lembra a camisa do América, de tantas notas vermelhas e que vive nas ruas cometendo delitos -, receberão uma bolsa do governo do Estado do Rio de Janeiro. Dentro em pouco, os melhores alunos serão reprovados, quem for honesto será punido e quem reclamar será acusado, dedos em riste e olhares rútilos de raiva, de "elitista" e "preconceituoso". É o elogio ao demérito, a exaltação ao mau comportamento e o enaltecimento da desonestidade. Essa inversão total de valores leva a que criminosos - di menores ou adultos - sejam sempre vistos com cúmplice condescendência, já que a culpa por seus crimes é atribuída à "sociedade capitalista", às pessoas de bem, à pobreza, à má distribuição de renda, ao Banco Central, a Bush e a outros bodes expiatórios. Para os profissionais da miséria - aqueles que amealham ou votos ou prestígio acadêmico com a pobreza alheia -, não importam Deus, valores morais, famílias bem constituídas, respeito a direitos de terceiros, apenas as "transformações sociais", a implantação do putrefato e nauseabundo socialismo que lambem. Neste dia, todos os males do país, inclusive o crime, segundo seus miolos ocos, desaparecerão.

A idéia de conceder uma bolsa especial - a Bolsa Bad Boy (BBB) - para familiares de menores infratores, com o objetivo de "reconstruir os laços familiares para reintegrar os menores à sociedade" - menores criminosos - é tão estúpida que custa-nos crer seja verdadeira. Não ataca a raiz do problema, que é moral, já que só comete crimes quem não tem princípios e penal, quando a impunidade é alta e as penas brandas. Teima em supor que os delitos advêm das "desigualdades sociais", estultice que não explica a Índia, um país repleto de desigualdades, mas com índices ínfimos de criminalidade. Senhor Lula e idealizadores da BBB, vocês crêem mesmo que os facínoras que arrastaram o menino Joãozinho, ou os que metralharam uma escola de um subúrbio do Rio, assassinando dois jovens, ou os traficantes que "decretaram" a execução de 150 policiais militares, fizeram-no por uma "questão de sobrevivência"? Ora, façam-nos o favor!

Mesmo que fosse a pobreza a causa do crime, vocês acreditam que uma migalha, cujo valor estará entre 15 e 90 reais/mês, será suficiente para reestruturar uma família e transformar Luisinho em Toninho? Além disso, sua idéia estapafúrdia incentivará pais irresponsáveis a instarem os filhos que não souberam educar a praticar delitos. Ao premiar quem merece castigo - e dos bons!- agride todos os valores morais passados através de gerações e ofende pais e mães que lutam, em meio a enorme falta de recursos financeiros e de bons serviços do Estado, para educar seus filhos com dignidade. Como um pedreiro e uma passadeira dignos irão dizer a um filho bem comportado que continue a sê-lo, se a família de seu colega de escola infrator foi premiada com uma bolsa, para "consertá-lo"?

Cidadãos de bem trancafiados em suas casas e, quando precisam sair delas, fazendo-o com os rostos crispados de tensão. Medo em toda a parte. Pavor nas famílias enquanto os filhos não regressam à casa de noite. Professores espancados até a morte em escolas por alunos, fato encoberto pela direção da própria escola estadual no Rio. Uma outra escola, também no Rio, metralhada, com a morte de dois jovens. Uma menina assassinada em São Paulo por uma bala perdida durante assalto a um banco. Esses e muitos - muitos, mesmo! - exemplos do estado de calamidade pública que o Rio de Janeiro e as demais grandes cidades brasileiras vivem, sem que as autoridades se imponham como tal, já que, "neste país" governado por um incompetente falastrão, cercado de centenas de outros incompetentes, o princípio basilar da autoridade virou sinônimo de "autoritarismo"...

Tudo isto é fruto do afastamento de Deus, com o bombardeio a que vem sendo submetida a tradição judaico-cristã e da complacência para com o crime por parte de autoridades, "especialistas" em violência, ONGs defensoras de bandidos, "entidades" e "movimentos sociais" (com licença e recursos para tudo) e magistrados irresponsáveis, vaidosos, parciais e que julgam politicamente.

Se olharmos as seções de cartas dos jornais, veremos que a imensa maioria repudia a idéia populista, infeliz, absurda, injusta e burra da BBB! Só quem pode defender uma "coisa" desse tipo, além da secretária de "ação social" do governo do Estado do Rio de Janeiro, Benedita da Silva (aquela mesma que foi "rezar" em Buenos Aires com o dinheiro dos contribuintes), é a sua companheirada de partido e os de sempre: sociólogos, antropólogos, psicólogos, psicanalistas, advogados, juízes, militantes de "movimentos" e ONGs, representantes da ONU e de partidos radicais, todos socialistas. Para essa gente, a morte de inocentes é útil para a demonstração de que o capitalismo é violento, simples meio para a consecução de seus escusos fins.

É preciso dar um basta à demagogia, leitor! Precisamos, sim, de repressão no curto prazo (leis duras e autoridades firmes e bem equipadas) e de prevenção (revalorização da religião, da família e dos princípios morais, educação de qualidade e instituições "sócio-educativas" que realmente reeduquem).

E precisamos voltar ao óbvio: valorizar o mérito!


Nota do Editor: Ubiratan Iorio é Doutor em Economia pela EPGE/FGV. Diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ (2000/2003), Vice-Diretor da FCE/UERJ (1996/1999), Professor Adjunto do Departamento de Análise Econômica da FCE/UERJ, Professor do Mestrado da Faculdade de Economia e Finanças do IBMEC, Professor dos Cursos Especiais (MBA) da Fundação Getulio Vargas e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Coordenador da Faculdade de Economia e Finanças do IBMEC (1995/1998), Pesquisador do IBMEC (1982/1994), Economista do IBRE/FGV (1973/1982). Presidente-Executivo do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia Personalista (CIEEP). Diretor-Presidente da ITC - IORIO TREINAMENTO E CONSULTORIA.

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