E no principado de "Aedes" César...
Luiz Moura |  |
Outro dia, após tecer críticas durante Sessão na Câmara Municipal de Ubatuba e em entrevista à rádio Costa Azul, o vereador Claudinho Gulli (PMDB) questionou-me sobre a utilização de uma fotografia no De olho em Ubatuba - 05/03/07. Pela conversa que tivemos, notei que Gulli não entendeu o que escrevi, mas acho, pela descabida chateação, que ele foi flagrado no intervalo de mancomunações com o Prefeito. Aproveitou o embalo e teceu considerações sobre a "feira de produtos afins" em razão de um artigo que publiquei dias antes. Ouvi tudo com atenção. No último final de semana, ao ler a seção "Carta do leitor", página 2 do jornal A Cidade, datado de 24 de março de 2007, surpreendi-me ao ver o teor da conversa que tive com Claudinho Gulli como argumentação da "indignação" da senhora Angela Maria Pedrosa. Portanto, os comentários a seguir, mesmo constando o nome da senhora Pedrosa (que espero não estar transformando em pedra para o meu sapato), são endereçados a Gulli. A senhora Pedrosa confunde crítica fundamentada com oposição. Vou repetir: nada tenho contra "Aedes" César, digo, Eduardo César, mas sim contra a incompetência que o impregna e a todos martiriza. Engana-se a senhora Pedrosa em dar um tom pejorativo para o termo favela. Favela deixou de ser (se é que algum dia foi) pejorativo há muito tempo. Basta constatar que elas existem em todas as cidades, muitas delas urbanizadas e em todas elas morando pessoas honestas e trabalhadoras. Mas não podemos negar que todas ferem os olhos e a dignidade humana. Infelizmente, Ubatuba se diferencia ao colocar uma favela em área nobre da cidade, enquanto em outros municípios as favelas estão, tragicamente, em áreas de risco. Não vou discutir tipos de cobertura, como sugere a senhora Pedrosa, por que antes deveria haver o respeito pela população e, através de uma consulta ampla e não restrita aos diretamente interessados, saber se ali é o local mais apropriado para instalação daquele tipo de atividade comercial travestida com o nome de "espaço de convivência". Os trabalhos de minha esposa são requisitados por muitas pessoas, inclusive por comerciantes da feirinha, o que reflete a qualidade com que são confeccionados. A qualidade e não o nepotismo, de quem a senhora defende e esconde atrás das suas palhas, é o que dá a dignidade ao trabalho das pessoas honestas.
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