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Medicina e Saúde
03/04/2007 - 13h04
Mulher, saúde e desenvolvimento
Carlos José Serapião
 

Antes de 1976, início da Década para a Mulher das Nações Unidas, com metas de igualdade, desenvolvimento e paz, havia pouco reconhecimento acerca do papel que a mulher desempenhava no desenvolvimento social e econômico, e mesmo sobre a sua saúde. Hoje, a promoção da saúde da mulher e seu bem-estar sócio-econômico, é vista como uma necessidade para o chamado desenvolvimento sustentável.

Historicamente, as necessidades de saúde da mulher eram largamente conhecidas e relacionadas com a função reprodutiva como na obstetrícia, na ginecologia, e no planejamento familiar.

Existe agora um saber de que ela também sofre de sintomas agudos e crônicos e usa serviços de saúde com maior freqüência.

Entre os problemas que se destacam está o da saúde mental, que não pode ser separado do conceito de saúde como um todo. Um bom número de estudos indica que as mulheres são desproporcionalmente afetadas por problemas de saúde mental.

Em abril de 2001, o Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências, concluiu que o gênero, isto é - masculinidade ou feminilidade, tal como é determinado pelo padrão cromossômico -, é uma importante variável humana básica que afeta a saúde e a doença através de todo o tempo de vida do organismo humano.

Indubitavelmente esta é uma informação que não estávamos preparados para aceitar.

Deste modo, a saúde da mulher é não somente afetada por suas capacidades reprodutivas como por outros sistemas biológicos que operam diferentemente na mulher e no homem.

Some-se isso à crescente representatividade com que a saúde necessita ser vista dentro de um contexto social, econômico e cultural da vida da mulher.

A conexão entre o "status" econômico e a saúde é de particular ressonância para a mulher dentro do duplo papel que desempenha - de responsabilidade de produção e de reprodução - que lhe recai pesadamente dentro de um ambiente de baixa renda familiar, e cuja contribuição econômica é por vezes crucial para o sustento da família, notadamente dos filhos.

A medicina segue contribuindo com trocas em paradigmas críticos, que de algum modo criam perplexidades e problemas para aqueles que oferecem e para os que recebem cuidados médicos, entre os quais: a medicina baseada em prevenção; o surgimento de uma preocupação quanto as diferenças fundamentadas nos gêneros; e a crescente influência de tudo isto nos cálculos dos sistemas de seguro de saúde.

Voltando ao papel da mulher no desenvolvimento, vamos observar as realidades econômicas da mulher que trabalha, da mulher idosa, da mulher pobre. As mulheres estão trabalhando e também tomando conta de nossas famílias, dos nossos filhos e de nossos velhos!

A super ênfase sobre as jovens que é imposta na maioria dos países ocidentais está profundamente enraizada na sociedade e é deletéria para a imagem-própria de muitas mulheres. Existe uma tendência de nossa sociedade para ignorar a velhice. Isto é errado, pois a jovem de hoje é a mulher idosa do futuro, e com esta constatação pode-se somente ajudá-la a saber o que a idade é afinal.

A crença de que o desenvolvimento humano pode ser promovido somente às expensas do crescimento econômico aceita discussões quanto a sua realidade. Em muitos países o crescimento econômico fez pouco para reduzir as necessidades primárias de seus povos, presentemente as mulheres. Por outro lado, alguns países de baixo padrão de renda têm demonstrado que é possível obter consideráveis resultados com escassos recursos bem utilizados e direcionados.

Há consenso sobre a importância do investimento em saúde e condição sócio-econômica das mulheres. Isto respeita os seus direitos e é de vital importância para o bem-estar de futuras gerações. Implementar seu "status", equipando-lhe com conhecimentos básicos e condicionando-lhe acesso a serviços de saúde, permitirá sua participação na via principal do desenvolvimento, como uma protagonista, e pode ter forte impacto sobre as metas de desenvolvimento da humanidade.


Nota do Editor: Carlos José Serapião é médico e doutor em Patologia, coordenador do Comitê de Bioética da Associação Beneficente Evangélica de Joinville-SC / Hospital Dona Helena.

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