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Medicina e Saúde
05/04/2007 - 17h00
Obesidade infantil, questão de saúde pública
Lidiane Perlamagna
 

O cenário ideal pede crianças e adolescentes acostumados a ficar em casa em frente ao computador, videogame e que prefiram uma alimentação à base de fast food e muitas guloseimas como bolachas, chocolates e refrigerantes. Tudo isso associado a pouca atividade física leva a um aumento de peso e, conseqüentemente, a obesidade.

No Brasil, no entanto, a doença tem avançado ao longo dos anos. 15 a 20% dos pacientes obesos são crianças e adolescentes, na faixa dos 9 aos 18 anos. Então, fica a questão. Por que, apesar da doença ser uma preocupação mundial e haver esforços para diminuir sua incidência, os índices aumentam em nosso país?

Apesar de difícil é preciso encarar a realidade que apresenta alguns problemas, cuja gravidade é demonstrada na seguinte ordem, todas de extrema preocupação. Em primeiro lugar, existe uma questão cultural no país porque há muitas famílias que, principalmente na infância, acham o "gordinho" bonito.

Depois, a ausência dos familiares por excesso de trabalho, faz com que a criança fique muito tempo sozinha, ou seja, criada pela babá ou por algum parente próximo, e o sentimento de culpa por parte dos pais leva a conquista do carinho com base em presentes com chocolate na hora errada e guloseimas.

Hoje, o ritmo de vida dos pais, repleto de stress, repercute na família. Uma criança ou adolescente que vive num ambiente extremamente agitado, irritado, acaba ansioso e come por ansiedade. O excesso de atividades sem equilíbrio da carga horária também causa stress. O que falta é equilíbrio.

Ou as crianças, além de ir para a escola, vão para o inglês, natação, judô, ballet, kumon. São expostas a um ambiente de muita pressão, cobrança por resultados e a ansiedade que leva à obesidade. Ou vivem num ambiente com excesso de TV, videogame e uma alimentação com guloseimas, por impulso, que leva à obesidade.

Por fim, há muita dificuldade para as famílias encontrarem ajuda no serviço público. Isso ocorre porque não há especialistas nos postos de saúde e apenas alguns hospitais são referências na área.

No conjunto, ter um problema cultural no país e mais a dificuldade em encontrar o tratamento adequado no serviço de saúde pública resulta, muitas vezes, nas seguintes situações: ou o paciente abandona o tratamento, ou ele e sua família retardam em buscar ajuda.

No geral, a realidade é dura. A cada 250 pacientes em média, apenas 33% acompanha e chega a atingir a meta. O restante abandona o tratamento ou o paciente ganha peso e acaba desistindo. As conseqüências nesses casos vão além do desenvolvimento da diabetes, pressão alta e aumento do colesterol. Pode haver acúmulo de gordura no fígado que leva a uma alteração das enzimas hepáticas.

O mais grave, entretanto, é quando ocorre uma alteração cardíaca, pois o excesso de trabalho pode deixar o coração inchado e levar a uma hipertrofia do ventrículo esquerdo que tem a função de bombear o sangue para o corpo. Uma situação irreversível.

A obesidade deve ser encarada como uma doença, necessita de tratamento e envolve toda a família do paciente porque nada mais é do que uma repercussão dos hábitos alimentares. O problema é que, muitas vezes, a mãe e a criança fazem a dieta e o pai traz a pizza à noite porque diz que não está de regime. No entanto, se a família toda não se reeducar, não existe mágica.


Nota do Editor: Drª Lidiane Perlamagna é pediatra, especialista em Endocrinologia pediátrica do Hospital das Clínicas e membro da equipe de pediatria do Hospital San Paolo.

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