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Crônicas
12/04/2007 - 12h08
E se a gente se rendesse?
Artur de Carvalho - Agência Carta Maior
 

Tem aquele filme, acho que todo mundo assistiu, o Exterminador do Futuro, com o Schwarzenegger. Um clássico da minha geração. O lance do filme, vocês devem se lembrar, é que as máquinas vão tomar conta do planeta, e o ser humano vai ficar meio que assim, jogado para escanteio. Outro clássico do cinema contemporâneo, o Matrix, copiou a idéia na cara dura, só que com efeitos especiais um pouco melhores. Mas os dois filmes, de uma maneira geral, falam sobre isso: sobre as máquinas dominando a Terra.

Eu, da minha parte, nunca entendi direito a razão dos heróis desses filmes lutarem tanto contra a idéia de dominação. Qual é o problema das máquinas dominarem o mundo, afinal de contas? As máquinas ficariam cuidando das coisas mais mesquinhas da vida: desenvolver-se, progredir e lucrar, e os seres humanos ficariam só por ali, meditando sobre nossa pequenez perante o tamanho do universo ou sobre as possibilidades da vida após a morte.

Porque o que estraga a nossa vida de verdade é ficar tentando ser mais rico do que o vizinho, onde arrumar dinheiro para comprar uma TV 42 polegadas, ou até mesmo como pagar a dívida do diabo da TV 42 polegadas que a gente já comprou. Mas, se as máquinas dominassem a terra, preocupações desse tipo não fariam sentido algum, já que seriam as máquinas que iriam sentir a necessidade de ser melhores que as outras, passando suas longas vidas úteis incomodadas com aqueles pontinhos de ferrugem que já estavam começando a aparecer no cantinho dos olhos e com aquela nova versão de software que contrataram lá no escritório. Aos seres humanos, restariam apenas a filosofia, as artes e, quem sabe, um pouco de sexo que também ninguém é de ferro.

Dessa maneira, cada vez que eu vejo um novo progresso da tecnologia, sinto como se o paraíso estivesse mais próximo. Agora mesmo, enquanto escrevo essas linhas, o próprio programa de computador se incumbe de corrigir meus erros de datilografia e de português, reservando-me apenas o prazer de pensar e escrever sobre o que eu bem entender. Sensação boa assim os havaianos já devem ter sentido quando seu país foi anexado aos Estados Unidos. É, porque, eu não sei se você sabe, mas o Havaí, desde 1898, passou a ser um estado norte-americano. Então, os Havaianos, desde aquele tempo, passam a vida deles surfando, dançando hulas e tomando drinques exóticos, enquanto os norte-americanos têm que se preocupar com dinheiro, com guerras no Oriente Médio e com o preço do petróleo.

Agora, fala aí: quem é que dominou quem?

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