1. Um pedreiro brigou com a esposa, foi detido pela PM e levado a uma delegacia de polícia, em Ubatuba. Duas horas depois, estava morto, enforcado. Como não havia altura suficiente, "enforcou-se" sentado. 2. A IstoÉ desta semana cita um preso morto sob tortura, em dependências policiais. O caso ocorreu em 1989. Até hoje não foi esclarecido. 3. Há pouco mais de um ano se encerrou a CPI dos Correios. Não aconteceu nada, como de hábito; mas há 325 indiciados, que um dia devem ir a julgamento. Porém, apesar dos parlamentares tonitruantes, ferozes, agressivos, não se apurou nada sobre a origem do dinheiro. Muitos foram acusados de receber, Marcos Valério foi acusado de intermediar, mas de onde veio aquela fortuna toda? 4. Lembra do caso dos dólares na cueca? A quem pertenciam aqueles dólares, já que o portador não conseguiu provar sua origem? Quem botou tanto dinheiro na cueca do transportador, e com que objetivo? 5. Faz seis meses que um desabamento matou gente, desalojou famílias e provocou a suspensão das obras do metrô de São Paulo. Numa linha anterior, que passou pelo centro da cidade, não houve uma só construção rachada. Nesta, os prédios próximos à linha apresentaram toda uma gama de rachaduras. Quem deveria levar em consideração a causa das rachaduras? Por que não fez nada? Ou, pior ainda, estaria o contrato tão malfeito que nem conteria esta previsão? 6. Ainda a propósito deste desabamento do metrô: não foi exibida, até hoje, a planta da estação que estava sendo construída. Cadê a planta? Por que não apareceu? A propósito, quando será nomeado o novo presidente da Companhia do Metrô, que vem sendo dirigida interinamente pelo secretário dos Transportes? Todas essas histórias estranhas têm uma coisa em comum: não foram investigadas pelos meios de comunicação. Em alguns dos casos (especialmente o que envolve um pedreiro pobre), a imprensa se fez ausente; em outros, acabou aparecendo muito depois do fato; na maioria, limitou-se a fazer entrevistas e publicá-las – ouvindo os dois lados, e pronto. Há ocasiões – e esses acontecimentos mostram isso – que sairia tão eficiente, e muito mais barato, substituir a reportagem por contínuos munidos de gravadores portáteis.
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