A "Operação Hurricane", a mais ousada de que se tem conhecimento rumo ao crime do colarinho branco, é a demonstração de que nem tudo está perdido. Apesar de tantos maus exemplos vindos de setores que deveriam ser exemplares, é possível ver o Judiciário e o Ministério Público controlados por gente séria, que não titubeou em ’cortar na própria carne’ para extirpar as feridas que ameaçam debilitar suas corporações. Espera-se que o correto e eficiente trabalho da Polícia Federal, controlada pelo governo, não sofra interferências políticas. A venda de sentenças judiciais e o pagamento de propinas para agentes e servidores públicos deixarem de cumprir seus deveres de ofício, ferem a dignidade, a moral e a própria democracia. Seus praticantes merecem a mais severa punição e o desprezo absoluto. Suas ações apodrecem a sociedade! Por conta das ocorrências que têm baixado a confiança do povo nos governos, na classe política e até em outros segmentos, o Brasil figurou, no ano de 2006, em 70º lugar no ranking da organização Transparência Internacional, que mede o nível de corrupção nos países de todo o mundo. Isso envergonha a todos os brasileiros e, o pior, ainda torna a nossa imagem menos confiável no exterior, onde temos que fazer negócios e colocar parte de nossa produção agrícola e de manufaturados. A impunidade é freqüentemente citada como responsável pela escalada de roubalheira. Daí, a conclusão de que o "furacão" passado nos últimos dias sobre figurões sob elevadas suspeitas, é positivo. Esse é o momento adequado ao Brasil começar a sua verdadeira "Operação de Mãos Limpas", a exemplo do que fez a Itália, nos anos 90. Além de juízes, procuradores, policiais e empresários já presos, que se prenda e processe também todos aqueles corruptos que meteram a mão no cofre público e ainda permanecem ilesos, beneficiados por imunidades ou truques jurídicos.
|