Algumas coisas estranhas estão acontecendo e dão margem para acreditar nas especulações de esotéricos que afirmam que o mundo vai acabar em breve. O clima constitui o primeiro detalhe ao qual deitei minha atenção. Estamos em vias de atingir patamares de primeiro mundo em se tratando de frio. Não tenho recordação de ter tido necessidade de colocar tanta roupa e ainda assim sentir os rigores do inverno. Meias de lã eram troféus de viagens, como são aquelas fotografias abandonadas no fundo de gavetas que nunca ou quase nunca são abertas. Gorros de Berlim, comprados entre outros souvenires do "Checkpoint Charlie" eram enfeites que só tinham serventia em dia de banquete de traças. Estão em uso, com furos e tudo o mais. Enquanto isso, no Japão, as pessoas estão procurando piscinas para se refrescar, a temperatura está beirando os 40º C. A propósito, a fotografia que a Folha publicou ontem na página 10 me lembrou da canção "Oriente" de Gilberto Gil. As duas garotas à beira da piscina merecem a consideração de ir para o Japão, num cargueiro do Loide, lavando o porão. Mas o assunto que me faz pensar no apocalipse é o candidato petista que foi fundador da UDR. Uma pergunta não quer calar no meu pensamento: "Em que país estamos?"
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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