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SEÇÃO
Crônicas
26/05/2007 - 13h10
Queixas e dúvidas
João Soares Neto - Agência Carta Maior
 

Leio queixas de um amigo. Incomodo-me e tento ligar. Decido escrever. Fala em desalento, queixa-se de dúvidas e dívidas e coisas que tais. Você é um condutor de almas, pelo que escreve e pelo que prescreve. Não dá para entrar nessa de horror, de achar que o cinza é cor primária, de que filhos precisam de seu olhar e do seu prover permanente. Ao mesmo tempo em que, jovens e enjoados, não dão bolas para os seus queixumes e sonhos. Só mudam de rua, casa e família, tudo é muito parecido. Sempre digo que nós, pais somos seres periféricos que apenas tentam apertar a porca dos parafusos simbólicos da família. Cada qual tem uma rosca diferente e a nossa chave é antiga, como uma daquelas chaves inglesas que serviam para tudo. Não servem mais. Não somos mais os bons mecânicos.

Dívidas, todos temos. Dúvidas, estamos cheios delas. Agora mesmo, estou com febre, apesar do Tylenol. Não sei se é virose ou uma manifestação de dengue, esse mal precioso que a saúde pública brasileira doa a todos nós, independente de idade, renda e sexo. Isolo-me, não respondo a e-mails. Enquanto suo à vontade, relembro as conversas que temos tido nestes últimos anos e sei do tamanho do seu coração, tão grande que amou mais da conta. É assim mesmo. Quando se chega a uma “incerta idade”, como dizia o mestre Milton Dias, vemos que os amuos e banzos são naturais, mas não podem ser alimentados. Precisam ser esconjurados, rapidamente, com o muito ou pouco de alegria que temos, do amor que curtimos e a presença de amigos, os que intimam conosco como meninos-amarelos traquinas e os que nos confortam com atitudes, longe das mesas dos bares onde tudo é proposto, resolvido e nada tem conseqüência.

Vai ver que estas linhas, cerca de 400 palavras, são baboseiras e não farão mais nenhum sentido quando você as ler. Tudo terá passado. O mercúrio que indica hoje a minha febre pode ser o mesmo marcador que já esteja indicando a superação gradual de seus problemas, tão simples para os outros, mas, sei bem, mexem com as nossas estruturas e pedem reflexões, mas não tantas que nos façam solenes, macambúzios e desataviados de paixões, desejos e esperança.

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