Hitler tinha medo de ser capturado pelos russos. Ele achava que se isso acontecesse acabaria sendo exibido em uma jaula como fera de circo. É muito provável que viesse a ocorrer, Hitler era um trapalhão furioso que quase fez a Alemanha desaparecer como nação enquanto causava a morte de vinte milhões de russos. Dividir a Alemanha derrotada entre os aliados era um dos planos de Churchill, acabou abandonado em razão do avassalador poderio soviético. Em 1944 oitenta por cento das tropas alemãs enfrentavam os russos que não paravam de avançar. Os outros vinte por cento davam conta dos exércitos aliados do ocidente, americanos, ingleses e outros. Essa história sempre é contada de forma avessa. No caso da aviação, por exemplo, no final da guerra os aviões Yak-9 eram tão superiores aos caças Messerschmitt e Focke Wulf que havia uma diretiva dizendo aos pilotos alemães para fugir deles. Por aqui quase nunca são mencionados. Mas lembrando de um louco, acabei recordando outro, Saddam Hussein. Dizem que ele passa os dias escrevendo poesia e cuidando de um pequeno jardim enquanto aguarda o julgamento. É um desperdício. O Iraque, que vive grandes dificuldades econômicas, poderia usar Saddam para resgatar o caixa combalido. Imaginem o sucesso que fariam apresentações de poesias do ex-ditador. Dentro de uma jaula dourada ele declamaria seus versos para multidões extasiadas, que poderiam amaldiçoar Bush, enquanto aplaudiriam Saddam em meio a um mar de estandartes com as caras de Bin Laden e Bill Gates, flutuando em fumaça de gelo-seco. Capitalismo é isso. Faturar ou faturar. Tudo patrocinado pela Coca-Cola e pelo MacDonald’s. E transmitido pela CNN.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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