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Opinião
05/06/2007 - 12h16
Autoconvocação necessária
Percival Puggina - MSM
 

O presidente Lula determinou ao Itamaraty que convocasse o embaixador da Venezuela para explicar as declarações ofensivas de Hugo Chávez ao Senado da República. Falou grosso? Cravou o facão no toco, como se diz na Fronteira?

Descreio. Tivesse efetivo interesse em manter posição digna no contexto internacional, o presidente deveria convocar a si mesmo para dar explicações. Deveria chamar seus homens da política externa, especialmente os senhores Marco Aurélio Garcia, Celso Amorim e o ex-assessor frei Beto. Deveria ir, com os três, para diante de um dos muitos espelhos do Palácio do Planalto. Deveria requisitar, para compor o fundo da cena, o seu próprio partido, que há muitos anos capitaneia esse ofidário, esse Butantã de cobras criadas, que é o Foro de São Paulo.

Desde sempre, como bem registra e lamenta o líder da oposição venezuelana Alejandro Peña, Lula e os homens do presidente apóiam e fortalecem Chávez. Foi ele que, eleito aqui, furou uma greve dos petroleiros de lá enviando combustíveis para Chávez. Foi ele que atraiu a Venezuela chavista para o Mercosul. Foi ele que, a despeito de todos os conflitos que o venezuelano vem gerando enquanto se arma até os dentes, mandou o Brasil votar a favor de uma cadeira para o ditador no Conselho de Segurança da ONU. Foi ele que reprovou a imprensa venezuelana quando ela ainda se arriscava a criticar Chávez. Foi ele que viajou para a Venezuela, intervindo em assuntos internos de outra nação, transformou a inauguração de uma ponte (financiada, aliás, com recursos nossos) em inusitado comício binacional de apoio à reeleição de Chávez. Foi ele que na contramão desse gesto sem paralelo nem analogia na história republicana, ouvido sobre o deslavado fechamento da RCTV, saiu pela tangente dizendo tratar-se de assunto dos venezuelanos. E é dele, por fim, a frase inaudita, que nenhum outro chefe de estado fora do ensandecido Foro de São Paulo, seria capaz de endossar: "Na Venezuela tem democracia até demais".

Tem? A Venezuela chavista é um país com presos políticos, onde não se respeitam direitos humanos, liberdades públicas e propriedade privada. É um país sem oposição parlamentar, com uma imprensa cada vez mais raquítica e inibida de opinar, com um judiciário submisso e um governo que legisla por decreto. Na Venezuela, o ditador - alter ego de Fidel Castro, inclusive nas longas arengas e no "socialismo ó muerte" - acumula o poder político e o poder econômico em aceleradíssimo processo de estatização total. Tal é a referência democrática de Lula e de seu partido.

Ele tinha que dispensar o embaixador e autoconvocar-se para explicar os motivos que o levam a servir ratazanas a essas cobras criadas cuja conduta tem total rejeição da comunidade internacional.


Nota do Editor: Percival Puggina (www.puggina.org) é arquiteto, político, escritor e presidente da Fundação Tarso Dutra de Estudos Políticos e Administração Pública.

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