Diz a lenda, ou não é lenda, há quem afirme ser um milagre, eu particularmente prefiro acreditar que seja uma lenda, tenho dificuldades para entender milagres.

Enfim, defronte a um bando de famintos e com pouca comida para oferecer, Jesus Cristo teria multiplicado os pães e os peixes.

Oito peixes vezes seis pães dá 48, ele acrescentou um zero, descontou dez por cento de imposto na fonte e forneceu quatrocentas e trinta e duas unidades alimentares, sendo aplaudido pela multidão que pediu em coro bolo, bolo, bolo...

As massas são assim, sempre querem mais.

Além de presenciar um milagre autêntico, com alíquota baixíssima, a turba queria sobremesa. De qualquer forma a exibição dos poderes deve ter impressionado, até hoje se fala disso.

Numa cidade "imaginária" do Litoral Norte, cujo nome rima com jujuba, um vereador da situação também faz milagres.

Nos últimos quatro anos, recebendo pouco mais de 150 mil reais, ele viveu, comeu e ainda economizou o suficiente para comprar veículos.

Três para ser exato, um tão sofisticado que deve ter cascata com jacaré dentro.

Os custos de aquisição, impostos, seguros e manutenção ultrapassam os proventos do período.

Isso sim se pode chamar de milagre.

Como ele não tem outra fonte de renda, deve ter recebido alguma herança ou ganhou na loteria.

A mesma coisa aconteceu com o Lalau, cujo tio era alfaiate.

São pessoas assim que a cidade precisa. Com essa incrível capacidade de usar recursos escassos e realizar obras de monta.

Se existisse um candidato a prefeito, com a capacidade administrativa desse vereador, teria o meu voto.