Tenho um amigo ufólogo que não está nem um pouco preocupado com o aquecimento global. Garante que em breve a energia eletromagnética, utilizada pelos discos-voadores, estará disponível também para nós, terráqueos. Mas faz uma ressalva:

- Isso só vai ocorrer quando as reservas petrolíferas estiverem chegando realmente ao fim - ressalva ele.

Ele jura que a fórmula da energia eletromagnética já está guardada a sete chaves em cofres das grandes potencias mundiais. Teria sido passada por extraterrestres às principais lideranças da Terra, em encontros sigilosos ocorridos há alguns anos.

Os governantes não revelam esse segredo porque perderiam o poder econômico que exercem sobre o resto da humanidade.

- Você acha que quem controla a extração, o refino e a distribuição do petróleo vai entregar a rapadura assim, sem mais nem menos? - pergunta, indignado.

Nisso ele tem razão. Os EUA já fizeram pelo menos duas guerras para manter o poder sobre as reservas petrolíferas do Oriente Médio. Dá para desconfiar, portanto, da veracidade história do meu amigo, principalmente para quem - como eu - gosta de teorias da conspiração. Sempre desconfiei, também, do sumiço de alguns ’professores pardais’ que afirmaram ter inventado carros que funcionavam com água ou hidrogênio - e nunca mais se soube deles.

É preciso, porém, muito cuidado nessa área de extraterrestres. Não se pode simplesmente duvidar de muita gente séria que afirma já ter visto OVNIs nos céus, principalmente do Brasil. Há, entretanto, muita fantasia. Como a história contada uma vez por outro amigo, o Lira Galvão, em uma mesa de bar.

Sumido por uns tempos da praça, provavelmente fugindo de alguma cobrança de pensão-alimentícia, o Lira justificou a ausência, dizendo que havia sido abduzido por um disco-voador:

- Me levaram para Marte. Fiquei lá umas quatro semanas.

E desandou a contar como era a vida naquele planeta. O mais curioso, segundo nosso viajante, eram as mulheres marcianas: elas tinham a bunda na frente e os seios nas costas. Diante do espanto geral pela descrição daquela aberração, Lira arrematou, com seu sorriso maroto:

- Podia ser estranho, mas era uma delícia para dançar bolero...

Nota do Editor: José Luiz Teixeira formou-se, em 1974, pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero. Trabalhou em diversos órgãos de imprensa, entre os quais Rádio e TV Gazeta, BBC de Londres, Rádio Tupi, O Globo e Folha de S.Paulo.