Meninos que se tornam pais ainda na adolescência necessitam do apoio da família
Gravidez na adolescência está longe de ser um assunto novo. Mas a abordagem do pai adolescente ainda é pouca explorada. De acordo com a hebeatra Mônica Mulatinho, da Cia do Adolescente & Família (DF), a situação de meninas e meninos é bem diferente quando surpreendidos com uma gestação. "A futura mamãe não pode ignorar o que está acontecendo. Já o adolescente pode optar por estabelecer ou não um vínculo com a criança", destaca a médica. A especialista informa que, na Capital Federal, um a cada três adolescentes vivencia a paternidade precoce. "Para os jovens pais, as conseqüências variam de acordo com a cultura. Em países da África e da Ásia, por exemplo, traz prestígio social, respeito e até aporte financeiro. Porém, em nossa sociedade, eles vivenciam usualmente medo diante da radical mudança e do possível comprometimento de projetos futuros, além de grande pressão familiar", explica Drª Mônica. O ideal é que o nascimento de um filho se estabeleça a partir de um planejamento e em um momento de maturidade do casal. Contudo, a ausência de orientação sobre métodos contraceptivos ainda é uma realidade para os jovens das diversas camadas sociais. "Aceitar que o adolescente terá interesse e, mais cedo ou mais tarde, iniciará a vida sexual é o primeiro passo que a família deve tomar. Somente assim consegue atuar de maneira preventiva em relação à paternidade precoce", orienta a médica. Mas, se a situação já ocorreu, cabe aos futuros avós apoiarem o filho. "Os avós devem ser firmes, porém amorosos e participativos, oferecendo o devido suporte ao filho para que ele possa oferecer o mesmo ao neto", orienta. Confira abaixo algumas dicas dadas pela Drª Mônica: . A imposição do casamento é negativa por não haver estrutura, sob nenhum aspecto - material, emocional etc. Tal medida pode ser desastrosa a médio e a longo prazos. . Avós não devem criar netos como se fossem filhos. A repercussão sobre a criança será negativa à medida que ela crescer. Quando o pai é visto como um irmão mais velho, ao adolescer a criança tende a reivindicar a autoridade e a atuação desse pai. Portanto, não "roubar" a paternidade é de suma importância para a saúde da família. . Os avós devem orientar os filhos em relação aos cuidados dessa criança, ensinando-o uma receita básica que reúne limites, afetividade e atenção qualitativa. . Apesar de todas as dificuldades, a família não deve tratar a criança como um fardo. Uma criança é sempre sinônimo de renovação e continuidade.
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