No Brasil já existe tecnologia de ponta pra tratar o ceratocone
O hábito de coçar os olhos é natural quando se sente algum desconforto. Esse simples ato pode favorecer o avanço do ceratocone, doença que atinge a forma arredondada da córnea, prejudicando a visão. Segundo Dr. Leon Grupenmacher, oftalmologista e especialista em cirurgia de implante, 50% dos casos de ceratocone estão associados à rinite alérgica. "Quando a pessoa coça a região dos olhos, acaba acelerando a evolução da doença", alerta. A doença incapacita a pessoa de desenvolver algumas atividades diárias e pode ser confundido com outros problemas de visão. "O incômodo para dirigir ou ler um livro pode ser sintoma do astigmatismo, que afeta a nitidez da visão. Mas, esses já podem ser alguns sinais do ceratocone", explica o oftalmologista. O ceratocone tem início na adolescência, por volta dos 16 anos, e um terço das ocorrências estão ligadas a componentes genéticos. Em cerca de 90% dos casos é bilateral (atinge os dois olhos) e assimétrica (ocorre em épocas diferentes para cada olho). Alguns dos sintomas mais freqüentes do ceratocone são a visão dupla (diplopia), visão distorcida e fotofobia (sensibilidade à luz). "Pessoas com freqüentes alterações nas prescrições de óculos, cujas lentes com o tempo não são mais eficientes para a correção da visão, são fortes candidatos ao ceratocone", ressalta dr. Leon. Para fazer o diagnóstico da doença em fase inicial, quando ainda é confundido com outros problemas de visão, o oftalmologista deve observar o histórico clínico do paciente, realizar uma avaliação e confirmar a presença do ceratocone com exames específicos. "Nos estágios avançados, identificar a doença é mais fácil, pois a forma arredondada vai se alterando e fica mais cônica, o que facilita a percepção do ceratocone", observa. A princípio a doença pode ser tratada com o uso de óculos ou lentes de contato. Com a evolução do ceratocone é necessário o implante do anel intracorneano, que corrige a deformidade da córnea e retarda o avanço da doença. "O anel regulariza o formato da córnea, deixando-a mais plana. Com isso, pode reduzir também problemas como miopia e astigmatismo", esclarece o especialista. Nos estágios mais sérios é necessário o transplante de córnea. Tratamento e tecnologia O ceratocone pode ser tratado com cirurgias realizadas com o Intralase, uma nova tecnologia a laser que permite melhores resultados, rápida recuperação e baixa rejeição. No caso de um transplante de córnea convencional, a recuperação demora até 12 meses; com a utilização do Intralase, o tempo pode reduzir para quatro meses. A nova técnica, que é indicada também para a correção de problemas de visão, na colocação de anéis intracorneanos e em transplantes de córnea, dispensa o uso das lâminas metálicas. "Na cirurgia convencional para corrigir problemas de visão, o corte feito na córnea é totalmente realizado a laser, o que significa maior segurança e precisão", salienta Dr. Leon.
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