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Crônicas
19/07/2007 - 17h04
Um programinha diferente não é todo mundo que faz
Antonio Brás Constante
 

Um programinha é algo que faz muito bem ao corpo e a mente. Sair com os amigos. Passar à noite acordado e festejando ao lado de uma bela gatinha (quem sabe até duas belas gatinhas), isto é que é vida, não é?

Para uma parcela dos profissionais de informática (conhecidos como programadores, masoquistas, ou malucos de plantão - grupos dos quais também faço parte por ter me formado nessa área), fazer um programinha é algo corriqueiro, uma forma de viver (se é que algo assim pode ser chamado de vida). Essa atividade, porém, não é algo assim tão divertido (apesar de igualmente ser chamada de "programa"). Eles também passam noites em claro, no entanto, não dispõe de amigos em uma mesa de bar, mas sim de uma mesa com um belo computador (quem sabe até dois belos computadores), onde os amigos (se existirem) são virtuais e estão se comunicando através de um chat, orkut, MSN, ou de qualquer outro aplicativo de nome esquisito, sem a menor condição de lhes alcançar o prato de batatinhas fritas ou muito menos um copo de chope gelado. Estes profissionais não fazem apenas programinhas, fazem também grandes programas (que em muitos casos se transformam em grandes problemas).

Os programadores são seres geralmente solitários, elaborando ferramentas de trabalho para equipes de pessoas que utilizam suas noites para sair nos tais programinhas citados no primeiro parágrafo, enquanto o programador passa seus dias e noites tendo pesadelos com o código fonte do sistema que está sendo desenvolvido.

Uma vez pronto o novo sistema, os grupos humanos (também conhecidos como usuários), passam a odiar a existência do programador, por acreditarem que ele criou algo que trouxe mais problemas do que soluções em suas rotinas. Essas pessoas esquecem que antes do sistema desenvolvido entrar na vida de suas equipes, o trabalho delas era um verdadeiro caos, mas era um caos sem um foco definido onde pudessem apontar todas as culpas e frustrações pelos problemas que aconteciam. Este foco passa a ter nome e RG assim que o aplicativo é instalado.

Tudo acaba sendo culpa do sistema, uma palavra mal digitada, um botão de deleção apertado "acidentalmente" (e confirmado), ou mesmo a queda de café no teclado, entre outros tantos problemas que acontecem. Será que a pessoa que desenvolveu aquela "coisa" não poderia ter feito algo mais fácil? (Tipo um sistema que trabalhasse sozinho). Liberando mais tempo livre para os campeonatos de paciência. Aliás, na concepção de muitos usuários, o jogo de paciência é a única coisa realmente interessante e de fácil utilização nos microcomputadores onde eles trabalham.

Enquanto todos os demais setores de uma empresa utilizam o auxílio do profissional da informática, achando que ele (assim como um médico), fez algum tipo de juramento para salvar suas vidas, ou nestes casos, salvar (recuperar, refazer, reinstalar etc.) algum sistema vital para o usuário. O programador conta apenas com a "ajuda" fornecida pelo próprio equipamento, manuais de programação assustadores, ou pesquisas frenéticas na internet, em busca de algo que possa esclarecer suas dúvidas.

Enfim, para a grande maioria dos usuários, somente um bom programinha de final de tarde pode compensar as torturantes horas de serviço utilizando os programas desenvolvidos para execução de suas rotinas. Mas para o programador, a agonia somente acaba no momento em que ele se aposenta, enlouquece, ou desliga seu sistema principal, conhecido pelos leigos simplesmente como VIDA.


Nota do Editor: Antonio Brás Constante é escritor.

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