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Opinião
22/07/2007 - 13h13
Por que os aviões caem?
Mário Gonçalves Jr.
 

O egoísmo e o cinismo instintivos do ser humano têm historicamente nos levado ao seguinte paradoxo: não tolero os pequenos erros alheios porque, somados, são muita coisa para eu, individualmente, suportar; mas os meus pequenos erros, vistos por mim isoladamente, são pouca coisa, um pequeno mal para os outros. Nem vão sentir, pensamos. E seguimos contribuindo para a gigantesca do mal, culpando os outros, mas nos absolvendo. Nem matematicamente esta esquisita equação ética fecha.

Quando a tradição cultural é viciada, ou o berço familiar ensinou a levar vantagem a pretexto de se defender do mal alheio, é pior: a conta não fecha hoje, e, por herança ou inércia, não fechará jamais. Não adianta orar, não adianta os melhores discursos. As atitudes contaminam a sociedade ou seus próximos.

Em escalas, esse mal persistente faz estragos pequenos, médios e planetários, pois a matéria-prima do infortúnio, qualquer que seja sua extensão, é a mesma, como é idêntica a formação física de toda a matéria e dos seres: a única diferença está na combinação e/ou na quantidade da matéria-prima original. No caso da matéria, o elemento físico fundamental já foi o átomo; no caso das desgraças psicológicas e sociais, o mal originalmente considerado.

Por isto, quando perguntamos por que, devemos procurar a matéria-prima primeira em nossas atitudes, das menores (que soma também para criar as grandes) às maiores. Ninguém é inocente, nenhuma perplexidade é totalmente justa e sincera.

Por que caiu o avião? Por que as normas de segurança valeram menos do que o conforto da reforma do aeroporto? Por que se preferiu voar, sabendo do risco de acidentes? Por que não se denunciou, ao invés de deixar a máquina registradora do lucro não ser interrompida? Por que votamos neste ou naquele, que nunca é culpado ou culpabilizado? Por que somente choramos as fatalidades?

Porque o mal está em todos nós, em maior ou menor grau, e agimos ou nos omitimos segundo ele, enquanto não nos convém apontar somente o mal que está nos outros.

Somos culpados ou inocentes? A diferença é que alguns pagam outros perseveram na impunidade jurídica, social e ou mental. E fazemos o quê? Nada. Ou só barulho. Não é errado também?


Nota do Editor: Mário Gonçalves Jr., advogado de Demarest e Almeida.

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