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Opinião
25/07/2007 - 11h00
Os culpados
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Quem são os culpados pelo acidente envolvendo o avião Airbus da TAM? A dar crédito ao que a imprensa e os especialistas aventaram, ainda sem o conteúdo revelado das caixas pretas (a trapalhada na sua remessa aos EUA a mim me pareceu suspeita, como se alguém não quisesse que elas chegassem ao destino), o acidente aconteceu decorrente de uma conjunção de fatores: avião pesado e grande para as proporções da pista, que estava sob chuva intensa, recém reformada e sem as ranhuras, tinha um problema no freio aerodinâmico (reverso) e poderá ter havido um possível erro do piloto, que poderia a tempo ter arremetido a aeronave. Tudo ainda são conjecturas, no entanto.

Esse elenco de possíveis causas não exclui o congestionamento de tráfego e o caos gerencial e operacional que tomou conta do Brasil, fatores que diretamente derrubaram o avião da GOL meses atrás em um inacreditável choque de aviões. O pronunciamento tardio do presidente Lula mostra que o governo fez pouco caso dos acontecimentos, desprezou o sentimento dos familiares e dos brasileiros solidários com as vítimas, que de novo usa e abusa do expediente de prometer para o futuro soluções mirabolantes a fim de justificar a pouca ação preventiva que, feita, teria impedido aquele trágico acidente. Desbastar o fluxo aéreo de Congonhas e limitar o tamanho das aeronaves são medidas sensatas que deveriam ter sido tomadas ANTES do acontecido e a bastante tempo. Fazê-lo agora quer me parece uma confissão de culpa.

Discordo daquelas pessoas mais emocionais que querem descontinuar as operações do aeroporto de Congonhas. Ele é um equipamento essencial à cidade e ao Brasil e sem ele a oferta de serviços aéreos cairia drasticamente, em prejuízo de todos. O que é necessário é gerência competente na sua operação, mantendo-a no limite da segurança e utilizando a melhor tecnologia possível. Quando vejo aeroportos operarem nos países frios sob neve fico me perguntando porque simples nevoeiros conseguem paralisar as operações em nossos grandes aeroportos paulistas. Evidentemente faltam investimentos nos meios técnicos para que tais fenômenos climáticos deixem de interferir nas operações.

Ao juízo do governo, todavia, três foram os causadores do acidente: a chuva (explicação ridícula), o problema do reverso (outra explicação ridícula) e uma suposta imperícia do piloto que, morto, não pode se defender das más línguas. O top-top do nefando Marco Aurélio Garcia (ou fuck-fuck, como bem grafou Olavo de Carvalho) é daqueles gestos obscenos inesquecíveis de desrespeito aos mortos que autoriza a qualquer parente a lhe dar uma bofetada, para que possa aprender a respeitar o luto dos outros. Na verdade o gesto mostra a confissão da real culpa do governo, que deixou o fluxo aéreo sem qualquer gerência enquanto este crescia a taxas espetaculares e ao arbítrio errático das próprias empresas. É possível afirmar que os culpados são todos os integrantes do governo Lula, seus eleitores e cabos eleitorais, sua base de apoio no Congresso que permite que essas barbaridades ocorram.

Há muita incompetência e muita má fé. A esquerda acha que os problemas administrativos podem se resolver sozinhos ou por passe de mágica. Não podem, claro, e a seu tempo cobram seu preço. Na Argentina temos o apagão por falta de investimentos no sistema gerador de eletricidade. Na Venezuela temos o desabastecimento causado pelo controle de preços e pelo desrespeito à propriedade privada. No Brasil temos as centenas de mortos causados pela lógica sindicalista que tomou conta do governo, que nós brasileiros somos mais desastrados e mais letais.

Esses são os culpados. Mas se tivesse que personalizar, diria que o grande culpado é Lula, com a sua incompetência, com sua falta de preparo, com sua ausência de traquejo administrativo, com sua incapacidade atávica de saber dos próprios limites e o dos seus cupinchas, o que faria com que chamasse quem realmente entende dos problemas para enfrentá-los. A esquerda revolucionária jamais fará isso, pois afinal os mortos são burgueses, que eles gostariam que morressem de qualquer jeito. É a maneira Jeca de se fazer revolução, transformar vôos comerciais em tribunais revolucionários que executam sumariamente os passageiros desavisados. Realmente temos que relaxar e gozar e aproveitar, como bem sugeriu a imoral Marta Suplicy.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro (www.nivaldocordeiro.net) é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

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