Na solenidade de posse do Ministro Nelson Jobim, na quarta-feira, aconteceu algo pra lá de indecente. Não se sabe porque, mas todos ali riam. Lula ria. Nelson Jobim ria. Tarso Genro ria. Guido Mantega ria. Celso Amorim ria. Juniti Saito ria. Marco Aurélio Garcia ria e até mesmo o demitido Waldir Pires ria. Do que será que Pires ria? Da descompostura que Jobim passou nele na frente de todos? O país em luto e eles rindo da cara da nação. Mas o pior ainda estava por vir. Se não me engano, em Terezina, na sexta-feira, em seu discurso, o risonho presidente fez cara de bravo e disparou um desafio/provocação à população em geral e às oposições em particular: "Se nós já demos uma surra nos nossos adversários pelo que fizemos em quatro anos e meio, quando a gente não tinha tanta experiência, eles vão ver agora, nesses próximos quatro anos, o que a gente vai fazer neste país", afirmou. Lula gosta de se apresentar como um valentão. Mas se fosse valente e corajoso não mudaria sua agenda de viagens e daria curso à sua programação que incluía uma viagem ao Rio Grande do Sul na semana do acidente. Teria sido mais digno. Sua atitude, porém, de correr para o nordeste em busca de aplausos junto ao seu curral eleitoral de beneficiados com bolsas-esmola denota exatamente o contrário de valentia. Nota do Editor: Rodrigo Borges de Campos Netto é cientista político.
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