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Crônicas
05/08/2007 - 08h01
Um dia eu crio um pardal
Seu Pedro
 

A única felicidade que eu tenho tido, em ser um jornalista padrão, sonhando com as realísticas reportagens de Ana Paula, é que as tantas dificuldades, e até doenças, não me trazem mais cabelos brancos. Não há mais um fio a mudar de cor!

Pois bem, dia destes estou caminhando na pracinha, quando dona Mercê olha para mim e dá um grito de fazer voar todas as borboletas do jardim: "Tem um negócio pretinho nos seus cabelos". Pensei que agora na minha cabeça estivessem nascendo cabelos pretos. "É bosta de pardal", ela me informa, depois de uma olhada mais profunda em minhas raízes capilares.

Volto a pensar que esse negócio de estar escrevendo notícias com redação perfeitinha, tudo dentro dos padrões, não combina muito comigo, assim como não está me dando muito lucro. A prova é que passo horas no Comunique-se, quando poderia estar com a família em uma churrascaria. Mas cadê o dinheiro? A última bolada que eu vi foi naquela foto dos dólares destinados à compra do dossiê.

Olhei, desconte com a cagada, para o ipê amarelo da praça, árvore símbolo da resistência, e em cada galho havia uma dúzia de pardais. Como identificar o que me fez a mancha preta? Pelo menos lhe ofereceria um pedaço de papel higiênico. Afinal, o que a pequenina ave fez é sujeira.

Voltei para casa com aquilo na cabeça. Pardal é um passarinho que não tem jeito. Tem em todos cantos da cidade. É pássaro urbano. Na roça, raramente é visto. Gosta de perturbar os ouvidos dos demais viventes com um "tiu-tiu-tiu" irritante e repetitivo. Não paga aluguel, rouba pedaços de pão em nossa mesa, se for engaiolado morre e por isso ninguém prende, e, ainda por cima, caga na cabeça dos outros! Qualidades de jornalista anarquista!

Pronto, misturei tudo na minha cabeça, em que os raciocínios de diabético são mais lentos; vontade de mudar a linha do sério Vanguarda para uma linha mais anarquista, e, ao mesmo tempo, tomar emprestado os comportamentos dos pardais.

Eureka! O meu próximo jornal vai ser diferente. Vou criar um "Pardal" para cagar na cabeça dos políticos e outros mequetrefes, de cabeça branca ou não, e ele será livre como um pássaro na praça, e nem os endereços da redação e da gráfica alguém terá que saber!


Nota do Editor: Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi/Bahia. Tem o título de "Jornalista do Sertão".

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