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Opinião
06/08/2007 - 05h25
Cansamos do quê?
Thomas Korontai - Parlata
 

As vaias ao Presidente da República, no Maracanã, têm repercutido bastante. A internet vem sendo usada para transmitir mensagens sobre os riscos da democracia, até sobre golpe contra o atual Governo. Convenhamos, seria uma vergonha e um retrocesso impressionante do Brasil, em plena era de crescimento global. O país está dividido entre os que lêem e acompanham o que está acontecendo - são os que pagam a maior parte da conta - e os que não compreendem tudo isso por falta de informação, normalmente os assistidos pelas bolsas-esmolas federais.

A declaração do Presidente, em Cuiabá, preocupou muita gente, tendo sido interpretada como uma contra-ameaça, um alerta às eventuais pretensões de derrubá-lo, de atentar contra o regime democrático. As palavras expressam uma situação tensa e, de fato, preocupante.

Movimentos como "Basta" e "Cansei", entre tantos outros liderados pela população descontente, são importantes para expressar suas preocupações e indignações aos descasos e falta de controle gerencial em praticamente tudo no Brasil. Cinco anos se passaram e nada. O caos que se verifica em praticamente todos os setores, especialmente os de infra-estrutura, é resultado do discurso sem ações.

O problema que se apresenta é: "onde queremos chegar com tudo isso?" Há que se considerar outros tantos problemas vêm explodindo, além de aviões. Não apenas neste governo, mas nos anteriores também. Desde os governos militares, uma lista crescente de escândalos domina o cenário nacional, a ponto de as pessoas se ’acostumarem’ ao sentimento de indignação.

A indiferença e o afastamento social da política estão perigosamente substituindo o civismo e os necessários acessórios da participação ativa do cidadão. Os recentes movimentos parecem ter rompido a barreira da indiferença, ajudados pela mídia. Mas, o que se pensa em fazer, caso realmente o Presidente seja impedido?

Vale lembrar que nosso maior problema não são os homens, e sim a estrutura do modelo organizacional brasileiro, excessiva e cada vez mais absurdamente centralizada no Governo Federal. Mensalões, sanguessugas, caos e desmandos, desencontros e falta de sinergia dentro do próprio governo - que nomeia políticos ao invés de técnicos para pastas que exigem gente do ramo -, apagões e tudo o mais compõem um conjunto de conseqüências do modelo centralizado.

Na hipótese de um substituto presidencial, este se deparará com os mesmos problemas. Eventualmente, poderá resolver vários deles, mas as causas encadeadas, que formam uma síndrome contínua de conseqüências, permanecerão. Se tentar mexer em apenas um artigo da Constituição, será atacado de todos os lados, por diversos corporativismos. Se tentar fazer MPs saneadoras ou modernizadoras do Estado, idem.

Tem saída? Sim, mas através de um profundo movimento nacional de conscientização sobre poder local, responsabilidade local, com a descentralização geral, ampla e irrestrita dos poderes encastelados em Brasília. A partir dessa reflexão, outro questionamento se apresenta. O país conta com políticos à altura de propor essa mudança?

O Brasil chegou a uma situação de ’imobilidade involuntária’, de não ter para onde correr. A recomendação é orientar a energia da indignação para a objetividade, e esta se resume na reorganização do modelo de Estado Brasileiro, para o federalismo pleno das autonomias.

Não é fácil e tampouco se resolve da noite para o dia, mas o redirecionamento objetivo dos vetores políticos e sociais nesse rumo começará a substituir a pauta de problemas e incêndios, para a pauta de soluções e a tomada de coragem para o salto de qualidade, sob uma nova Constituição, preferencialmente via referendo nacional. Felizmente, o trabalho já começou.


Nota do Editor: Thomas Korontai é agente oficial e consultor especializado em propriedade industrial (www.komarca.com.br), autor de centenas de artigos sobre propriedade intelectual, federalismo e comportamento, publicados em diversos jornais e revistas. Foi fundador e líder de diversas entidades e movimentos, e autor de ações populares de nível federal. Autor dos livros Brasil Confederação (1993 download gratuito em www.federalista.org.br), É Coisa de Maluco...? (1998) e Cara Nova Para o Brasil - Uma Nova Constituição para Uma Nova Federação, a ser lançado em breve. Propõe o federalismo pleno das autonomias estaduais e municipais desde 1991. Fundador e Presidente Nacional do Partido Federalista (em formação) e Presidente do IF Brasil - Instituto Federalista - www.if.org.br. Reside em Curitiba/PR.

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